São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 1996
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Falta remédio para Aids em hospital de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ganciclovir, medicamento utilizado por dois em cada cinco pacientes de Aids, está em falta nos hospitais públicos de São Paulo desde a semana passada. O remédio é usado por 400 dos 15.089 soropositivos do Estado.
O medicamento previne e combate o citomegalovírus (CMV), que ataca a visão e órgãos como intestino e esôfago. O CMV provoca cegueira e pode matar.
Por lei, o remédio deve ser fornecido pelo Ministério da Saúde. Paulo Teixeira, coordenador do programa DST/Aids da Secretaria Estadual da Saúde, diz ter encomendado 11 mil frascos, que devem chegar até segunda. O consumo é de 7.500 frascos por mês.
Um frasco de Ganciclovir custa R$ 90,00. O paciente com CMV toma, no início do tratamento, um frasco por dia. Depois passa a tomar cerca de três por semana.
Marcos Durval, 28, soropositivo há seis anos, toma Ganciclovir há três meses e diz que há duas semanas não encontra o remédio. Agora ele conseguiu, vindos do exterior, oito frascos. "Tenho medo de ficar cego. Dependo dos remédios da rede pública", diz.
O ministério afirma que uma remessa de 30 mil frascos chegará ao Brasil em duas semanas.

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