São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 1996
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Ano começa com menos emprego

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria paulista manteve o ritmo de demissões na primeira semana de janeiro. O nível de emprego caiu 0,47%, com o fechamento de 9.836 postos de trabalho.
O número de vagas fechadas pela indústria de São Paulo ultrapassou a marca de 150 mil pela primeira vez desde a implantação do Plano Real.
A indústria de transformação de São Paulo tem menos 154.558 empregos do que em 1º de julho de 94, data do início do Real.
Nos últimos 12 meses, o nível de emprego recuou 8,10%, significando menos 190.568 vagas, segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Horácio Lafer Piva, diretor do Departamento de Pesquisas da Fiesp, disse que não vê razão para que o nível de emprego pare de cair, se as regras econômicas não ficarem mais claras, tanto para o empresariado nacional quanto para o investidor externo.
Segundo Piva, as demissões da primeira semana de janeiro mostram que o atual movimento de reposição de estoques pelo comércio não é suficiente para a abertura de postos de trabalho na indústria.
"O nível de emprego depende das reformas constitucionais, porque os agentes econômicos percebem que a reposição de estoques não é sustentável", afirmou.
Piva disse que o "mero efeito psicológico" da aprovação das reformas vai criar um ambiente "muito melhor", aumentando o fluxo de investimentos e de capital de risco na economia.
"A volta das contratações está nas mãos do Congresso", disse. "A nossa expectativa é que os parlamentares percebam a importância de aprovar essas reformas, que aumentarão nossa capacidade de exportar e de incorporar novos consumidores ao mercado interno".
A pesquisa semanal da Fiesp, realizada junto a 46 sindicatos patronais da indústria de São Paulo, mostra que houve desempenho positivo (contratações maiores que demissões) em 11 setores. O desempenho foi negativo em 15 e estável em 20 setores.
Os setores que mais admitiram trabalhadores foram papelão (1,21%), congelados e supercongelados (1,19%) e calçados de Franca (1,16%).
Os setores que mais demitiram foram matérias-primas para fertilizantes (-5,09%), pneumáticos e câmaras de ar para veículos automotores (-3,44%) e malharia e meias (-2,41%).

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