São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 1996
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Pagando em 96 algumas dívidas de 95

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, enquanto rola, na América e aqui em São Paulo, o puro prazer da bola, a testosterona a mil da teenbolada que topa a bola para frente, vou usar a primeira coluna de 96 para pagar algumas velhas e boas dívidas que atravessaram o ano comigo.
(Dívidas, é melhor solvê-las, mesmo que atrasadas, antes que elas nos dissolvam de maneira vexatória, némesmo?)
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O médico Vicente Amato Neto tem me enviado preciosíssima correspondência sobre a medicina esportiva, especialmente sobre a questão da Aids nos esportes.
Trata-se de um tema importantíssimo, pouco debatido, e eu agradeço a ele por me dar a oportunidade de ter um conhecimento mais técnico sobre o assunto.
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O leitor Gilberto Gil (olhaí) Ferreira Camargo, enviou uma ampla e bem detalhada proposta de reformulação do futebol brasileiro.
Embora eu ainda tenha muitas dúvidas sobre qual modelo a ser adotado no Brasil, seu projeto é um dos mais amplos que já pude ver, incluindo até mesmo as questões de segurança e de marketing.
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Idéias para mudar as regras do futebol não faltam. Agora, anda-se estudando o aumento das dimensões do gol.
O leitor Nilton Ferreira, de Sorocaba (SP), conseguiu enviar uma sugestão bastante original. Como no basquete, o gol teria uma tabela em volta. Chutes perigosos, mas que não acertam o gol, bateriam nesta tabela e voltariam ao campo, como rebote, para aproveitamento do ataque.
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Sobre o gol maior, o teen de Campo Largo (PR), Alexandre Cavalli, levanta uma questão interessante: como é que ficariam as comparações estatísticas? Por exemplo, as centenas de tentos que o Zico assinalou em um gol menor valeriam mais do que os gols consignados pelos artilheiros futuros das balizas inchadas?
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Sobre o Edmundo: pelo que vi no Flamengo, seus problemas estavam tanto dentro como fora de campo.
Jogando, ele nem de longe lembrou o craque Edmundo que estávamos acostumados a ver no Palmeiras.
Se ele voltar a jogar bola no Corinthians, estará com metade dos seus problemas resolvidos.
A outra metade...
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Os santistas atravessaram o ano com os erros de arbitragem na final do Brasileiro de 95 misturados ao champanhe e ao panetone. Um deles, ilustre, o grande ator Claudio Mamberti, irmão do nosso Sérgio, que agora "cariocou".
Além do bate-papo sobre a fatídica final, Claudinho desfilou um mar de história sobre o Jabuca, a Portuguesa praieira e, evidentemente, o próprio Santos.
E lembra um instante memorável: Pelé, no primeiro jogo pelo Santos depois de ser campeão do mundo pela seleção, erra uma jogada e, humildemente, vai pedir desculpas para o Pagão.
Não era nada pagão o futebol, naqueles tempos heróicos.

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