São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bósnios se negam a soltar prisioneiros

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo da Bósnia se recusou a libertar os prisioneiros de guerra sérvios que mantêm em seu poder. O governo bósnio, majoritariamente muçulmano, disse que não ia cumprir o plano de libertação desenvolvido pela Cruz Vermelha Internacional porque os sérvios teriam "escondido" milhares de prisioneiros muçulmanos.
Segundo o governo, os sérvios se ofereceram para libertar apenas 200 pessoas, enquanto, segundo os cálculos dos muçulmanos, há 4.178 cativos.
O prazo para a troca dos prisioneiros de guerra expira sexta-feira.
A Cruz Vermelha diz que conferiu as listas oferecidas pelos dois lados em guerra e que não há motivo para desconfiar delas.
As contas dos bósnios não incluem nenhum dos 24 mil desaparecidos. Essas pessoas teriam desaparecido ao fugir de ataques sérvios. Muitos estariam mortos.
O governo já tentou diversas vezes vincular os desaparecidos aos prisioneiros de guerra. Os rebeldes sérvios se recusam a dar informações sobre eles, pois temem que eventuais notícias de mortes sejam usadas como provas em tribunais que julgam crimes de guerra.
O Acnur, agência da ONU para refugiados, disse que há entre 2 milhões e 3 milhões de cidadãos da ex-Iugoslávia nesta situação. Cerca de metade se estabeleceu em outros lugares da ex-Iugoslávia (bósnios que vivem na Macedônia, por exemplo).
A comunidade internacional está se mobilizando para devolver esses refugiados a seus países.
O governo da Croácia pôs ontem fim oficialmente à guerra no país. Até o ano passado, havia conflitos entre tropas do governo e sérvios do país nas regiões da Krajina e Eslavônia.
Três bósnios (dois de origem croata e um de origem sérvia) morreram na semana passada em uma operação de retirada de minas, no sul da Bósnia. A informação foi divulgada pelas tropas espanholas da Otan. Dois outros croatas foram feridos.
O acidente aconteceu na antiga linha de frente entre os dois Exércitos, que agora devem recuar dois quilômetros. Segundo a Otan, os mapas que mostram a localização das minas não são exatos, e a maioria dos militares que as instalaram morreu na guerra.
O Exército sueco anunciou que quatro de seus seis soldados feridos voltaram ontem ao país. Os dois outros, feridos nas pernas, foram operados em Tuzla. Eles ficaram feridos quando o tanque em que estavam atingiu uma mina.

Texto Anterior: Nova Duma começa hoje
Próximo Texto: Premiê grego renuncia após dois meses de internação
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.