São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 1996
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O olho do eleitor

O Congresso provou em 95 que a inoperância não lhe é intrínseca. Se a legislatura anterior foi marcada por escândalos, cassações de mandatos, denúncias de corrupção e falta de decoro, a atual surpreendeu positivamente.
O índice das presenças e o número de projetos apresentados, segundo levantamento desta Folha, pode ser considerado satisfatório. Somente sete deputados faltaram a mais de 20% das sessões.
No caso das comissões da Câmara, o saldo poderia ser melhor se seus presidentes tivessem cumprido o regimento e punido os 112 deputados que faltaram a mais de cinco sessões seguidas. Menos projetos estariam acumulados.
Nas sessões deliberativas, o alto índice de presença -principalmente no 1º semestre, quando se votaram as quebras dos monopólios do petróleo e das telecomunicações- deveu-se ao aumento do rigor punitivo. Em 95 as faltas dos deputados foram descontadas de seus salários. No Senado, onde não há tal punição, nenhum parlamentar compareceu a todas as sessões.
A melhor performance do Congresso não bastou para sustentar a aprovação do eleitor. No 2º semestre, quando o ritmo das votações caiu e os escândalos do Sivam e da pasta rosa vieram à tona, aumentou o descrédito dos parlamentares.
Mesmo que os congressistas tenham mostrado trabalho, 42% dos entrevistados lhes conferem atuação regular. Para o olho do eleitor o que se fez é pouco. Espera-se que as eleições deste ano não sirvam de pretexto para a ociosidade.

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