São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 1996 |
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Reitores temem que mudança afugente 'cérebros'
FERNANDO ROSSETTI
"A universidade brasileira já não tem salários muito bons, mas as garantias em torno da aposentadoria ainda são um atrativo para a carreira", afirma o reitor da Unicamp, José Martins Filho, 52. "Eu temo que essas alterações na Previdência poderão provocar uma fuga dos melhores professores", diz Martins, que preside o Crub e o Cruesp (conselho de reitores das universidades brasileiras e paulistas, respectivamente). 'Discussão séria' O reitor da USP, Flávio Fava de Moraes, 57, nega que, neste momento, a universidade esteja perdendo muitos quadros por causa da instabilidade na questão da aposentadoria especial -embora tenha aumentado em 50% o número de professores aposentados de 94 para 95. Mas, como Martins, Fava afirma que os salários na universidade pública são baixos em relação ao mercado. Como há um número crescente de universidades particulares, ele acha que isso está servindo de motivação para os professores pedirem sua aposentadoria e ir trabalhar em outro local. Tanto Fava como Martins defendem, no entanto, que a questão da aposentadoria especial deve ser "seriamente discutida". Na Unesp, no ano passado, se aposentaram 97 professores, contra 73 em 1994. O reitor da Unesp, Arthur Roquete de Macedo, 52, diz que o fim da aposentadoria especial está apressando os pedidos de aposentadoria. O presidente da Andifes (entidade que reúne reitores de universidades federais), Antonio Diomario de Queiroz, 51, diz que a ameaça de mudança "provoca uma nova corrida às aposentadorias nas universidades". Texto Anterior: Proposta reduz aposentadoria de servidores Próximo Texto: PT pressiona, CUT recua e não assina acordo com FHC Índice |
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