São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 1996 |
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Revendas acumulam prejuízo de US$ 800 mi e culpam montadoras
ARTHUR PEREIRA FILHO
A responsabilidade pelo desempenho negativo, segundo eles, é das montadoras. "As montadoras não estão respeitando as concessionárias", diz Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (federação dos distribuidores de veículos). "Acumulam lucros à custa do nosso prejuízo". Segundo Reze, cálculos do mercado indicam que o lucro das fábricas foi superior a US$ 1 bilhão em 95. Ele afirma que os revendedores não conseguiram obter lucro com a venda de nenhum modelo no ano passado. "Um desconto de 3% já representa prejuízo", conta. A margem do revendedor é de 11% sobre o preço de tabela, mas 8% cobrem despesas operacionais. "Até o carro popular chegou a ser vendido com desconto", afirma. O presidente da Fenabrave diz que os descontos saíram das margens dos revendedores e não dos lucros do fabricante. As revendas também ficaram com o custo financeiro da manutenção dos estoques. No início do ano, havia 85 mil carros estocados na rede. Os concessionários pretendem "reverter o prejuízo" em 96. O objetivo é faturar US$ 45 bilhões e registrar lucro de cerca de 2%. Nos próximos dias começa, segundo Reze, a "mobilização" dos distribuidores: reuniões serão realizadas com o objetivo de apresentar propostas às montadoras. "Vamos recuperar a saúde financeira das concessionárias". As principais reivindicações dos revendedores, segundo Reze, são: 1) divisão do custo de manutenção dos estoques, atualmente por conta do revendedor; 2) devolução do valor pago a mais pelo concessionário nos carros em estoque, caso a fábrica reduza sua tabela de preços; 3) reembolso, pelo valor de mercado, dos serviços feitos no prazo de garantia (peças e mão-de-obra). Atualmente a montadora paga ao revendedor apenas 30% desse total. Também querem a recompra do estoque de peças obsoletas. Texto Anterior: Tecnologia é desafio, afirma Dorothea Próximo Texto: Setor prevê recorde em 96 Índice |
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