São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Russos prometem violência

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os soldados russos que combatem os rebeldes tchetchenos em Pervomaiskaia (no Daguestão, parte da Rússia) disseram que vão aumentar a violência para um ataque final. Esta solução seria fatal para os reféns, mas, segundo os russos, todos já foram libertados.
Na semana passada, os rebeldes do grupo Lobo Solitário ocuparam um hospital em Kizliar, no Daguestão e, horas depois, fugiram em um comboio de ônibus levando entre 70 e 160 reféns.
Segundo a Rússia, foram libertados 41, mas não resta mais nenhum em poder dos separatistas, pois os demais teriam sido mortos pelos rebeldes. Estes dizem que o ataque russo já matou 16 civis.
Os ataques contra Pervomaiskaia (Primeiro de Maio, em russo) completaram ontem três dias.
Também os rebeldes continuaram lançando mísseis esporadicamente na noite de ontem. Seu porta-voz, Movladi Udugov, disse que ainda há reféns e negou que seus homens tenham atirado neles.
Ontem, 300 soldados que estavam próximos ao centro de Pervomaiskaia recuaram para permitir o eventual violento ataque russo.
O grupo Médicos Sem Fronteira se ofereceu para retirar os reféns da cidade e pediu ao governo russo que interrompa o ataque. O Conselho da Europa condenou o ataque, ordenado pelo presidente Ieltsin.
O líder militar tchetcheno Aslan Maskhadov disse que grupos separatistas fora de seu controle podem estender a guerra civil para toda a Rússia. "Eu não ficaria surpreso se um de nossos grupos surgisse de repente em Moscou", disse.
Maskhadov foi o representante militar tchetcheno nas negociações com os russos, no ano passado.

Texto Anterior: Rebeldes prometem soltar reféns em Istambul
Próximo Texto: Ex-diretor do 'Pravda' vai presidir nova Duma
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.