São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996
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Presidente reclama do calor em Petrópolis

DA ENVIADA ESPECIAL A PETRÓPOLIS

O presidente Fernando Henrique Cardoso queixou-se do calor ao iniciar uma visita a Petrópolis (a 66 km do Rio) e resgatar a tradição de despacho presidencial na cidade durante o verão. A temperatura máxima da região serrana do Estado, onde está situada a cidade, foi de 31ºC.
"A clemência de são Pedro fez com que chovesse, com que o sol amainasse um pouquinho para eu poder falar com menos calor", disse ao iniciar um discurso a empresários cariocas no final da manhã. Depois, citou a "capacidade (própria) de manter o paletó com tanto calor".
FHC surpreendeu a sua segurança ao andar a pé cerca de 100 metros entre a casa da princesa Isabel (que assinou a Lei Áurea pondo fim à escravidão no país), onde almoçou com empresários, e o palácio Rio Negro, local usado pelos ex-presidentes durante o verão. No trajeto, deu autógrafos e foi aplaudido por cerca de 80 pessoas.
Hoje, o presidente poderá enfrentar um protesto convocado por 14 sindicatos e a Federação das Associações de Moradores de Petrópolis. As entidades distribuíram 30 mil panfletos afirmando que FHC descumpriu as metas de campanha na área social.
Fernando Henrique ficará em Petrópolis até amanhã de manhã. A programação na cidade imperial é muito mais cultural do que política. Ontem, recebeu o título de cidadão petropolitano.
Hoje, se encontrará com dom Pedro Gastão, 82, neto da princesa Isabel, e irá ao Museu Imperial. À noite, assistirá a uma apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira no Hotel Quitandinha, antigo cassino da cidade.
O último presidente a despachar em Petrópolis durante o verão foi Arthur da Costa e Silva (1967-1969). FHC hospedou-se na casa do líder abolicionista Joaquim Nabuco. Aproveitou a visita para refazer trajetos que percorreu em visitas ao tio Carlos Cardoso, que era vizinho da família Nabuco.

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