São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996
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Bozano apresenta plano de demissões do Banerj

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Banco Bozano, Simonsen apresentou ontem uma proposta para demissão voluntária de gerentes e funcionários do Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro), chamado de "Plano de Indenização Espontânea" ou "Pie-Banerj", a sindicalistas.
O Bozano, Simonsen assumiu a gestão do Banerj, após concorrência pública, no dia 2 de janeiro. O Bozano deverá, no prazo de um ano, fazer o saneamento do banco estatal e prepará-lo para ser privatizado em 1997.
A gestão do Bozano é autorizada pelo BC.
A indenização espontânea, de acordo com o documento, corresponderá a 50% do salário-base -pago em dezembro de 95- por cada ano trabalhado.
O documento informa que, com a demissão voluntária, o funcionário baseado no Estado do Rio terá direito, além dos direitos de recisão de contrato e do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), a concessão de uma indenização sob a forma de depósito em Plano de Previdência Privada.
Após o desligamento, o funcionário continuará utilizando, por mais seis meses, o plano de assistência médica oferecido pelo Banerj. Outra opção oferecida ao demitido é a participação no Projeto "Prosseguir", do Sebrae, para ajuda na criação de empresas.
A presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Fernanda Duclos, Carisio, condenou o plano.
Ela informou que o documento será levado ao departamento jurídico do sindicato. Só então, serão tomadas as providências, segundo ela.
A Folha procurou ontem a direção do Bozano, Simonsen mas nenhum dos diretores quis se pronunciar.
O Banerj está sob intervenção federal desde dezembro de 1994. Naquele mês, o Banco Central decidiu não mais cobrir o rombo diário no caixa do banco por meio da chamada linha de redesconto -uma espécie de UTI para bancos em dificuldades que não conseguem fechar o caixa no fim do dia.
O Banespa, banco estadual paulista, também sofreu intervenção pelo mesmo motivo. Diferentemente do governo do Rio, o paulista articulou acordo para reaver o banco e descartou a privatização.
Depois de um ano de negociações, os governos estadual e federal chegaram a um acordo que pretende levantar o regime de intervenção no Banespa. O acordo agora precisa de aprovação na Assembléia Legislativa, o que deve ser fácil, e no Senado -onde eventuais resistências ao processo podem acabar com a edição de uma medida provisória sobre o tema.

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