São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996 |
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Radicais atacam Vicentinho
SHIRLEY EMERICK
Mas a ala radical é minoria na CUT. A corrente majoritária na central é a Articulação Sindical, controlada por Vicentinho e por sindicalistas moderados. A avaliação no PT e na CUT é que Vicentinho conseguirá aprovar o acordo. Para isso, no entanto, é necessário que o governo aceite algumas modificações no texto inicial do acordo. Vicentinho defende a introdução de mecanismos que definam com mais clareza a aposentadoria por tempo de serviço. Mas há resistências nos setores radicais. Secretário nacional de Organização da CUT, José Maria de Almeida, do Movimento por uma Tendência Socialista, fala de rebelião na base da entidade. "A situação é muito tensa. É inadmissível esse tipo de comportamento. As declarações dele (na imprensa) foram usadas contra nós e a favor do governo", afirmou. Vai sugerir a convocação de uma reunião da Executiva Nacional da CUT para a próxima semana. José Maria distribuiu nota assinada por outros dois secretários da entidade -Jorge Luís Martins, de Política Sindical, e Wagner Gomes, de Imprensa. Os três são ligados à ala mais radical da central. "A executiva não autorizou nenhum acordo sobre nenhum ponto com o governo", diz a nota. Para José Maria, as declarações de Vicentinho prejudicaram a articulação da oposição no Congresso. "Esse episódio ajuda o governo a aprovar a sua proposta no plenário. Ele fez dois gols contra". Amanhã, na plenária da entidade sobre os servidores federais, em Brasília, a CUT deve votar o pedido de convocação extraordinária da Executiva Nacional. A idéia é consultar também as CUTs estaduais e sindicatos filiados sobre a continuidade das negociações. "A CUT vai manter a mobilização contra a reforma da Previdência pretendida pelo governo", disse José Maria. Colaborou a Reportagem Local Texto Anterior: Dirceu nega ter dado apoio Próximo Texto: OS PONTOS DO ACORDO COM AS CENTRAIS Índice |
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