São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996 |
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Dirceu nega ter dado apoio
EMANUEL NERI
O próprio presidente do PT confirmou ontem sua conversa com seu companheiro da CUT. Mas nega ter dado qualquer tipo de aval para os pontos negociados entre Vicentinho e outras líderes sindicais com o governo. "Ele não me pediu aval para nenhum ponto", diz. Segundo o relato de Dirceu, Vicentinho contou que o acordo era bom. "Ele disse que o governo tinha recuado em tudo e que estava garantida a aposentadoria por tempo de serviço". A conversa entre Vicentinho e Dirceu foi por telefone. O presidente do PT diz que fez várias perguntas ao presidente da CUT sobre pontos divergentes entre PT, CUT e governo. "Conquistamos, conquistamos", respondia Vicentinho, segundo Dirceu, para todas as suas indagações. "O governo recuou em tudo. Foi uma grande vitória", comentou o presidente da CUT, de acordo com Dirceu. O presidente do PT diz que Vicentinho informou que o protocolo do acordo sairia no dia seguinte. "Mas no dia seguinte, os deputados do PT começaram a me ligar, dizendo que o acordo não era bem aquilo", afirma. "No PT, nenhum membro da executiva estava informado sobre os pontos desse acordo", diz Dirceu. Ele lembra de alerta feito em telefonema a Vicentinho, na semana passada, na presença do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). "Liguei para ele, na frente do Miro, para dizer que os partidos de oposição tinham que participar das conversas sobre a Previdência", diz. Apesar disso, a negociação prosseguiu sem os partidos. Dirceu evita dizer que houve interpretação equivocada de Vicentinho, mas a Folha apurou que é essa a avaliação que ele faz do episódio. Segundo essa versão, Dirceu está convencido que Vicentinho se equivocou na análise feita a ele sobre o acordo. Texto Anterior: Cúpula do PT deu aval a acordo da Previdência Próximo Texto: Radicais atacam Vicentinho Índice |
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