São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996 |
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Tribunal da FPF pune a Ponte Preta por dívidas
MARCELO DAMATO
Mas a decisão não tem efeito prático, porque o clube já estava suspenso com base nesses artigos. A Folha procurou o presidente do TJD, Marco Polo Del Nero, que acompanhava as eleições do Guarani, mas não o localizou. As duas punições têm causas semelhantes. Dois ex-jogadores, o zagueiro André Cruz e o volante Tuca, moveram -e ganharam- processos de cobrança contra a Ponte Preta. A suspensão atinge o clube em várias situações. Nas competições oficiais, ele não pode jogar em seu estádio. Amistosos, no Brasil e no exterior, estão proibidos. O artigo 207 também diz que o clube não pode exercer "quaisquer direitos previstos em lei, estatuto ou regulamento". A Folha apurou que, entre esse direitos, estão os incluídos na Lei do Passe. A Ponte Preta, por exemplo, está impedida de contratar ou renovar contratos. O clube, no fim de 95, negociou todos os seus jogadores, segundo o presidente Nivaldo Baldo, empossado no dia 2 de janeiro. O artigo 210 estabelece que a suspensão vai durar até que a Ponte pague o que deve. O caso de André Cruz é exemplar. O jogador foi vendido ao futebol belga. O presidente do clube na época, Lauro de Morais Filho, registrou a venda por US$ 100 mil. Cruz recebeu US$ 15 mil como direito de transferência. Mais tarde, porém, o Standard Liège disse ao jogador que havia pago US$ 1 milhão. O clube disse que, a pedido de Morais Filho, enviara US$ 100 mil ao Brasil e depositara US$ 900 mil numa conta bancária na suíça. Morais Filho e a Ponte Preta contestaram a afirmação. André Cruz processou o clube, para conseguir os 15% sobre a diferença, e ganhou, mas os sucessores de Morais, Marco Abi Chedid e Peri Chaib, recorreram. A decisão final saiu em 95. Baldo recebeu ontem à tarde fax do TJD sobre a suspensão da Ponte. De início, achou que seu time estava suspenso do Campeonato Paulista e se assustou. Desde que assumiu o clube, Baldo tem recebido só notícias ruins. O clube deve R$ 5 milhões. Está sofrendo 59 processos na Justiça por dívidas não pagas. Por isso, seu estádio corre o risco de ser penhorado. "Amo o (estádio) Moisés Lucarelli. Vou defendê-lo como se fez na Bósnia." Texto Anterior: Lacta tenta reverter desvantagem na final estadual contra Unimep Próximo Texto: Brunoro deve aceitar oferta do Flamengo Índice |
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