São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996 |
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APOSTAS 96
JACKSON ARAUJO
Em São Paulo, o nome de Erik Caramelo, 19, apareceu no ano passado, quando tocou no Bazaar Blondie. Foi a sua estréia no circuito clubber. Caramelo tocou pela primeira vez numa festa que promoveu no antigo clube Sra. Krawitz, há quatro anos. Aprendeu a tocar sozinho. Entre suas preferências, estão os estilos de tecno de Detroit e Chicago. Seu ídolo é o consagrado Mau Mau: "Considero Mau Mau o meu padrinho. Ele contribuiu para meu crescimento como DJ". Em 96, Caramelo sonha em tocar e encher a pista do Hell's. No Rio, cidade acostumada com ritmos mais melódicos como house e funk, o DJ Mauricio Lopes, 26, ainda enfrenta preconceitos. Toda quinta ele toca acid tecno no clube Madame Kaos, em Niterói. Às sextas, aparece como convidado do clube Dr. Smith: "É difícil tocar tecno no Rio, as pessoas ainda acham que é um som radical. Ainda não existe uma cultura tecno por aqui", explica. Mesmo assim, alguns clubes direcionados ao tecno já começam a aparecer. Lopes tocou na primeira noite after hours da cidade, a "After", no clube Bang. Durante o dia, Lopes trabalha numa loja de disco e CDs, a World Music, especializada em dance. É lá que encontra alguns dos mais importantes DJs cariocas. Mesmo assim, Lopes sente-se "sozinho" por não ter com quem trocar informações sobre tecno. Busca novidades nas leituras que faz das revistas inglesas "Muzik" e "Magic" e na alemã "Groove". E espera que em 96 a atitude dos cariocas mude com relação ao tecno: "Quero fazer com que as pessoas dancem tecno aqui mesmo, sem precisar ir até São Paulo". Texto Anterior: Cena club inicia campanhas Próximo Texto: Este é um país hostil a editores e hortênsias Índice |
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