São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 1996 |
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Presidente da CUT desagrada Lula Líder ficou irritado com críticas CARLOS EDUARDO ALVES
Desde terça-feira, quando foi anunciada a adesão de Vicentinho ao acordo da Previdência, Lula e ele reuniram-se quase todos os dias. Quando isso não ocorreu, trocaram telefonemas. Assim que soube das críticas de petistas, Lula chamou Vicentinho para uma reunião. Na ocasião, ele, que é a favor da aposentadoria por tempo de serviço, ponderou ao afilhado que no mínimo faltara habilidade na condução do problema. Lula acha que Vicentinho deveria ter comunicado as negociações aos deputados Jair Meneguelli (SP) e Paulo Rocha (PA), que acompanhavam as discussões pela bancada. Vicentinho, como revelou a Folha na quarta-feira, dera o sim ao governo após consultar a direção petista. Usou esse argumento na conversa com Lula. O ex-presidente do PT achava que o episódio poderia se esgotar rapidamente. Não contava com as críticas duras dos parlamentares de seu partido. Lula ficou irritado com as críticas públicas. Além de apostar em Vicentinho como seu herdeiro político, acha que a tensão entre CUT e PT abrirá ainda mais a avenida para o desfile das vitórias de FHC. Na sexta-feira, Lula preparou-se para enfrentar uma eventual tentativa de linchamento político de Vicentinho na reunião deste fim-de-semana do Diretório Nacional do PT. Ficou impressionado com o abatimento do sindicalista. Nunca, em toda carreira patrocinada por Lula, Vicentinho havia "apanhado em casa". A estima de Lula por Vicentinho fez com que, mesmo discordando até em termos duros do acordo que considera prejudicial a uma parcela dos trabalhadores, o líder petista avaliasse como prioritário o resgate de Vicentinho da ira petista, até porque, ele sabe, muito da reação interna vem dos ciúmes causados pela sua indisfarçável preferência pelo sindicalista. Texto Anterior: Vicentinho sugere criatividade às esquerdas Próximo Texto: Sindicalista reza por bíblia heterodoxa Índice |
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