São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 1996
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Trabalhando; Por isso mesmo; Reescrevendo a história; Exemplo; Marketing saudável; As boas intenções; Genocídio aos poucos; Uso social; Hábitos antigos; Em aberto; Saltando fora; Reacomodação; Bola fora; Por enquanto; Palanque; Na estrada

Trabalhando
Serenados os ânimos com o PT na questão da Previdência, Vicentinho já tem nova agenda com o governo amanhã: desemprego. O ministro Paulo Paiva (Trabalho) está convidando CUT, Força Sindical e CGT para uma reunião.

Por isso mesmo
O PT pôs panos quentes ontem na crise da Previdência. A esquerda petista tentou aproveitar o imbróglio para ganhar espaço, mas Vicentinho acabou respaldado pela maioria da direção do partido. Pesou a intervenção de Lula.

Reescrevendo a história
Para propagar a tese de independência da CUT, o acerto de contas na cúpula petista incluiu uma versão de que o telefonema entre José Dirceu e Vicentinho na terça não implicou respaldo do PT ao acordo da Previdência.

Exemplo
Prefeito de Santos e alinhado à esquerda petista, David Capistrano arrancou risos ontem na reunião do PT. Disse que não há oposição no Brasil e citou como único exemplo histórico de oposicionista o conservador Carlos Lacerda.

Marketing saudável
Após notícias de que ficou de cama -devido a uma intoxicação alimentar, segundo assessores-, Serjão tem ligado para várias pessoas no governo. Aborda algum assunto e depois aproveita para dizer que está muito bem de saúde.

As boas intenções
O Brasil exporta know-how em plano de direitos humanos. O governo vai dar assessoria ao Paraguai, que gostou das propostas de controle do abuso policial e criminalização da tortura -entre outras que constam do plano brasileiro.

Genocídio aos poucos
Relator da ONU para o Burundi, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro entregou relatório sobre os conflitos a Boutrus-Ghali, secretário-geral da organização. "São atos genocidas a conta-gotas". Pode haver intervenção da ONU.

Uso social
Não é só para levar FHC à Índia ou a Petrópolis que servem os aviões presidenciais. Além de carregar presidente e comitiva mundo afora, os dois 707 e o 737 têm sido usados para transportar estudantes do Universidade Solidária.

Hábitos antigos
Nunca a velha piada dos tempos de Cebrap foi tão atual. O então professor Fernando Henrique fazia tantas conferências no exterior que perguntava à secretária: "Eneida, estou saindo ou estou chegando?" Só mudou o nome da secretária.

Em aberto
Curiosidades da crise da Conab. As denúncias são na área da diretoria de Operações, mas quem caiu era diretor de Abastecimento. O presidente demitido teria sido indicação do PP, mas é ligado a tucanos. Foi do governo Montoro.

Saltando fora
Vice-presidente do PPB, Delfim Netto diz que o partido não está negociando a Conab: "Não sei de qualquer entendimento para mudar a diretoria da Conab. Se alguém fez isso em nome do PPB, pregou uma peça no governo."

Reacomodação
A alta cúpula do PPB -Maluf incluído- vai se reunir em breve para definir a posição do partido em relação às reformas propostas por FHC. Na semana passada o PPB abriu caminho para a maior derrota do governo na Câmara.

Bola fora
Um amante do futebol resolveu sondar os colegas de governo sobre a idéia de remontarem o time do Executivo, desarticulado desde a saída de Chico Graziano. Só faltou ser vaiado. Ninguém quer ser escalado no "time do grampo".

Por enquanto
Peemedebistas que estiveram com Paes de Andrade depois da maratona gastronômica com FHC na última semana apostam que o presidente do partido não criará problemas graves para FHC. Pelo menos nos próximos dias.

Palanque
Há movimentação na Assembléia paulista para convocar o ex-presidente da Eletropaulo Paulo Feldmann para depor. Na sua saída, ele criticou deputados estaduais tucanos e está escrevendo um livro-denúncia sobre o tema.

Na estrada
Não se espera muito trabalho da Assembléia paulista em 96. É bem maior do que na Câmara o percentual dos deputados que pretendem disputar prefeituras em outubro.

TIROTEIO
Do vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Pedro de Camargo Neto, sobre a crise da cultura de algodão, produto que o Brasil exportava e do qual se tornou o segundo maior importador mundial:
- É impossível concorrer com os agricultores dos EUA, que recebem enormes subsídios. Há um processo antidumping correndo há quase dois anos e o governo nunca diz sim ou não. Está faltando apoio político. A bancada ruralista no Congresso parece não ter se interessado pelo problema.

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