São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 1996
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Faturamento cai e produção é recorde

Preços de roupas registram queda

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os preços das roupas caíram no ano passado. As 60 mil confecções espalhadas pelo país faturaram US$ 23 bilhões em 1995 -13% menos do que em 1994. A produção, porém, foi cerca de 10% maior, no mesmo período.
A receita dessas empresas no ano passado voltou aos níveis de 1991 depois de chegar a US$ 30,2 bilhões em 1990. E a produção, de 4,13 bilhões de peças, foi recorde na história do setor.
Os números foram levantados pelo IEMI (Instituto de Estudos e Marketing Industrial) com 500 empresas, a pedido da Abravest, que reúne as confecções.
"Eles mostram que a moeda estável fez o brasileiro comprar mais roupas e que as confecções, para competirem entre elas e com os importados, tiveram de cortar preços", diz Roberto Prado, diretor do IEMI.
A produção de roupas foi forte no primeiro semestre do ano passado. Somou 2,38 milhões de peças. No segundo semestre, por conta do crédito mais apertado, caiu para 1,75 milhão de peças.
As fábricas de lingeries apresentaram maior crescimento de produção em 1995 -de 16%- sobre 1994. Em seguida vêm as de roupas em geral, com aumento de 11% e as de blusas e camisas, com crescimento de 9,12%.
A produção de jeans foi a única que caiu -12,8%- no período. Pela primeira vez, desde 1990, as fábricas produziram menos de 100 milhões de peças em um ano -ou 95,2 milhões de peças.
"O jeans dura muito mais do que qualquer outra peça. Por isso, a reposição é mais demorada", explica Roberto Chadad, presidente da Abravest.
Pelo levantamento do IEMI, as confecções empregaram mais no ano passado.
O aumento no quadro de pessoal foi de 4,28%, o que fez o setor fechar o ano com 787.897 empregados.
A produção per capita/mês foi da ordem de 393,8 peças. Ainda segundo o IEMI, na Coréia, a produção mensal por empregado é da ordem de 600 peças.
Matérias-primas
O consumo de matérias-primas (especialmente tecidos) pelas confecções aumentou cerca de 12% em 1995 sobre 1994.
Os fabricantes nacionais forneceram no ano passado 941 milhões de quilos, um salto de 5,65% sobre 1994.
Os fornecedores estrangeiros despejaram no país 114,6 milhões de quilos, pouco mais do que o dobro de 94, que foi de 54,8 milhões de quilos.
Significa que os tecidos importados praticamente dobraram sua participação no consumo de matérias-primas das confecções. Em 1995, representavam 10,8%. Em 1994, 5,8%.
Na análise de Prado, os tecidos importados que chegaram ao Brasil tinham qualidade e variedade. Segundo ele, isso vai forçar a indústria têxtil nacional a investir para melhorar os seus artigos.
(FF)

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