São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 1996
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Haja preparo físico e bumbum

CIDA SANTOS

O vôlei da Superliga Masculina tem exigido fôlego dentro e fora da quadra. Os jogos estão quebrando recordes de duração. Haja preparo físico para os jogadores e bumbum para a turma da arquibancada acompanhar partidas tão longas. O maior exemplo foi o confronto entre Chapecó e Flamengo na quarta-feira. Foram 3h38min de disputa. Um tempo superior a dois jogos de futebol.
Essas maratonas eram frequentes até o final dos anos 80. Quem não se lembra dos clássicos entre Pirelli e Bradesco que chegavam a beirar quatro horas? Com mudanças de regras depois dos Jogos de Seul, as partidas ficaram mais rápidas. A contagem dos quatro primeiros sets ganhou um limite (17 pontos) e o quinto set passou a ser tie-break com todo erro computado como ponto.
A Superliga, que na última semana teve também Banespa e Chapecó com três horas de duração, parece revelar a nova causa para jogos tão longos: o desequilíbrio entre força e defesa. Os ataques estão cada vez mais poderosos e indefensáveis. No vôlei é preciso defender o ataque adversário para armar o contra-ataque e marcar pontos. Sem defesa, só há rodízio. Ninguém faz ponto.
O primeiro set do jogo entre Olympikus/Telesp e Report/Suzano na última quarta-feira foi um exemplo claro. Depois de 12 minutos de bola rolando, o placar ainda não tinha saído de 2 a 1 para o Olympikus. Talvez por essa razão se justifique a tentativa da Federação Internacional de introduzir o líbero, um jogador que entraria em quadra só para defender e não contaria como uma substituição.
Com o líbero, os times devem defender mais, rodar menos e marcar mais rápido os pontos. Vale lembrar que dos 66 jogos do primeiro turno da Superliga, 36 tiveram placar de 3 sets a 0, 20 foram 3 a 1 e apenas 10 acabaram em 3 a 2. Apesar disso, metade dos jogos passou das duas horas.
Um exemplo foi Frangosul x Chapecó na sétima rodada. Apesar do placar de 3 a 0 para a Frangosul, o jogo durou 2h17min. O primeiro set teve 40 minutos; o segundo, 47; e o terceiro, 50.
Outro fator tem sido o equilíbrio dos times. No primeiro turno, Olympikus, Report e Frangosul se alternaram na liderança. E a briga esquenta mais. Maior prova foi a derrota da Frangosul para o Fiat/Minas, comandado agora por Toninho Resende, sábado na estréia do segundo turno. O Fiat, que era dirigido por Young Wan Sohn, tinha uma vitória em onze jogos.

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