São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 1996
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Traje revelou corpos de atrizes no cinema

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

A idéia de pornografia está ligada ao que se mostra. A de erótico ao que é possível esconder.
Ao menos no cinema as roupas de banho -e todas as suas variações- estiveram sempre ligadas ao que poderia excitar sem, necessariamente, ser revelado.
Antes da grande década da liberalização dos costumes, os anos 60, as atrizes pareciam nunca ir à praia em seus filmes.
E se por acaso arriscassem uma caminhada na areia, ou um banho em uma piscina, pareciam estar condenadas à rigidez de um maiô. Talvez porque, até o final dos anos 50, o inverno estivesse mais na moda que o verão.
Algo que acabou mudando tempos depois, quando o Sol tomou seu lugar de honra e as pessoas ainda não acreditavam que os raios ultravioleta poderiam causar câncer de pele.
Um dos exemplos clássicos dessa era saudável foi a atriz suíça Ursula Andress que, em 1962, surgia em uma praia da Jamaica usando o uniforme da nova década, um estiloso -e largo- biquíni em "O Satânico Dr. No", o primeiro filme da série James Bond.
A criação do biquíni com menos ação e bem mais denso e intelectualizado veio também no mesmo período e, claro, da França.
No lugar das correrias de 007, os corpos mostrados em "A Piscina" (1969), de Jacques Deray, passavam horas filosofando sobre o amor, o ciúme e a morte usando as mais recentes criações da temporada parisiense. E as modelos eram Romy Schneider e Jane Birkin.
No Brasil, a ousadia dos corpos pôde ser vista de forma mais alegre e feliz nas figura da atriz Leila Diniz, que antecedeu a época do nu, uma mania que começava a roubar um pouco da elegância do mundo.

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