São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 1996
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Inscrito pode ficar sem renda

DA REPORTAGEM LOCAL

Os médicos que se licenciaram da prefeitura para aderir à cooperativa que assumiu o controle do hospital de Pirituba podem ficar sem rendimentos. Eles não recebem mais salários. A cooperativa iria dividir entre eles parte dos recursos repassados pela prefeitura. Se o convênio em Pirituba for anulado, os repasses serão suspensos.
O clínico geral Paulo Cabral, 35, um dos 20 primeiros médicos da prefeitura a aderir ao PAS, afirmou não se sentir ameaçado pela liminar que suspendeu a implantação do PAS. "Os médicos estão tranquilos. Estamos aguardando o desenrolar disso tudo. É uma briga política", disse.
No PAS, não há vínculo empregatício entre o médico e o poder público. No SUS (Sistema Único de Saúde), os médicos da rede pública são assalariados.
Em Pirituba, a cooperativa receberia R$ 10 por morador cadastrado. Esse dinheiro seria usado para administrar o hospital e remunerar os médicos.
As entidades médicas afirmam que, para reduzir custos, as cooperativas comprariam remédios sem qualidade e prejudicariam os pacientes.
A lógica da prefeitura é oposta. Para ser atendido pelo PAS o paciente precisa comprovar residência em São Paulo e se cadastrar. Por isso, segundo o governo municipal, as cooperativas elevariam o nível de atendimento para aumentar o número de cadastrados.

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