São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 1996
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Governo sinaliza ao mercado

CELSO PINTO
COLUNISTA DA FOLHA

Ao mudar a banda do câmbio, o governo sinaliza ao menos duas coisas ao mercado. Está, sim, preocupado com o comportamento das exportações e não se deterá na chamada "barreira psicológica" da paridade entre o real e o dólar.
Acelerar a desvalorização parece inevitável. Por mais que negue, o governo tem se guiado desde março passado, pelo aumento no IPA (Índice de Preços ao Atacado), como parâmetro para reajustar o câmbio.
Quando o BC desvalorizou o real mais lentamente, em novembro, gerou forte reação contrária de outros setores econômicos do governo. Coincidência ou não, em dezembro o câmbio correu mais rápido.
Como o IPA de janeiro subiu 1,49% e o câmbio foi reajustado até agora em 0,68%, era previsível alguma aceleração.
Ao mesmo tempo, contudo, algumas áreas do governo defendem um reajuste maior no câmbio como apoio extra às exportações. Uma "midi" seria uma violência. Como a nova banda abre espaço para um reajuste de até 8,3% no câmbio, permanecerá a expectativa de um "deslizamento" mais acentuado do valor do real.

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