São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 1996 |
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Zagallo quer futebol-arte contra jogo duro no Pré
MÁRIO MAGALHÃES
"Quero mostrar futebol-arte para o mundo, e não pancadaria." Zagallo anunciou ontem no Rio a lista dos 20 jogadores que vão disputar o Pré, na Argentina, de 18 de fevereiro a 6 de março. Conforme a Folha antecipou com exclusividade no último dia 21, a única ausência por contusão será do atacante Ronaldo, do clube holandês PSV Eindhoven. O time titular na estréia, dia 18 contra o Peru, deve ser formado por: Dida; Zé Maria, Carlinhos, Narciso e Roberto Carlos; Flávio Conceição, Amaral e Arílson; Juninho; Caio e Sávio. Como costuma fazer às vésperas de competições importantes, Zagallo disse que os árbitros quase sempre prejudicam o Brasil, permitindo agressões dos adversários. "A violência não permite à arte sobrepujar a força", afirmou. "O futebol sul-americano é cheio desses problemas, de pauladas e cacetadas. Sou contra futebol que não deixa jogar, quero o futebol-alegria." Na opinião de Zagallo, "na Olimpíada não vai haver esse problema". Ou seja: para ele, se o Brasil se classificar para os Jogos de Atlanta (EUA), terá menos dificuldades do que no Pré-Olímpico. O técnico reconheceu que sua pregação pretende influenciar as arbitragens no torneio. "Não quero que ninguém nos ajude, mas que não prejudique. Se eu não falo nada, chegamos lá e eles jantam a gente." "Não sou que nem aquele macaquinho que usa as mãos para tapar a boca, os olhos e os ouvidos. Eu chego e falo." Dez países participam do Pré-Olímpico sul-americano, que classifica dois para os Jogos de Atlanta. Na primeira fase há dois grupos: A - Argentina, Colômbia, Chile, Equador e Venezuela, e B - Brasil, Uruguai, Paraguai, Peru e Bolívia. Dois times de cada grupo passam à fase final, quando jogam todos contra todos. Os dois com mais pontos vão à Olimpíada. Analistas apontam Argentina e Brasil como favoritos. O título olímpico é o único importante nunca conquistado pelo Brasil. Na primeira fase do Pré, a seleção jogará na cidade de Tandil, num estádio para 8.000 pessoas. "O estádio não é questão nossa, mas dos promotores. O público pouco importa, nunca tivemos mesmo um público favorável na Argentina", disse Zagallo. Texto Anterior: Perda da condição de titular abala Gilmar Próximo Texto: América do Sul tem duas vagas Índice |
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