São Paulo, sexta-feira, 4 de outubro de 1996
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GLOSSÁRIO

Dadaísmo - Criado em 1915 em Zurique (Suíça), o movimento dadaísta pregava o combate a qualquer conformismo estético, usando como armas a ironia, a invenção e a anarquia. Os dadaístas buscavam acabar com o caráter mercantil da obra de arte. A idéia básica era produzir qualquer coisa que não pudesse ver vendida. Também atacavam os ideais racionais -o próprio nome do movimento faz menção a isso, ao adotar as primeiras sílabas pronunciadas pelos bebês. Acreditavam que o racionalismo havia produzido todo o mal-estar europeu, que culminaria com a Primeira Guerra. Contrapunham ao racionalismo os impulsos primitivos do homem. Na literatura, adotaram a escrita automática, punham no papel as primeira palavras que lhe vinha à mente, sem se importar com o sentido. Em arte, utilizam técnicas cubistas e a colagem. Seus principais artistas e ideólogos foram Tristan Tzara (1896-1963), Francis Picabia (1879-1953) e Marcel Duchamp (1887 -1968). Estes dois últimos levaram as idéias dadaístas para os Estados Unidos.

Marcel Duchamp - O mais representativo expoente do dadaísmo e fundador de alguns conceitos básicos da arte deste século. Depois de uma fase em que se aproximou das idéias cubistas (na tela "Nu Descendo a Escada", realizada entre 1912 e 1913), Duchamp retirava objetos banais -como uma pá ou uma roda de bicicleta - e lhes dava um uso artístico. Chamou esse tipo de operação de "ready-made". A idéia era questionar porque certos objetos eram chamados de obras de arte e outros não. O primeiro "ready-made" foi "Roda de Bicicleta", de 1913. O trabalho era exatamente o que descrevia o título. Em 1917 foi a vez de "Fountain" (um mictório) e, mais tarde, em 1919, "L.H.O.O.Q" (a Gioconda, obra de Leonardo da Vinci, sobre a qual desenhou bigodes). Foi com Duchamp que a arte começou a incorporar o mundo. Influenciou quase toda a arte produzida após os anos 50.

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