São Paulo, sexta-feira, 4 de outubro de 1996
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5% das urnas eletrônicas tiveram de ser trocadas por cédulas impressas

SILVANA DE FREITAS
DANIELA PINHEIRO

SILVANA DE FREITAS; DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Presidente do TSE reconhece que houve falhas em equipamentos e erros de manuseio

Na estréia do voto eletrônico, cerca de 5% das urnas eletrônicas tiveram de ser substituídas pelo sistema em cédula impressa em todo o país. O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio de Mello, disse que, além das falhas nos equipamentos, houve erro no manuseio.
Numa projeção sobre o eleitorado que votaria em urna eletrônica (32,4 milhões), 1,6 milhão pode ter votado de forma tradicional.
Na cidade de São Paulo, 479 das 13.138 urnas eletrônicas (3,6%) falharam. Nos outros municípios do Estado, 2,8% das 7.570 máquinas de votar (216) tiveram problemas.
A expectativa da empresa Unisys, responsável pelo projeto, e da Justiça Eleitoral era que esse percentual ficasse abaixo de 1% (774 máquinas). Marco Aurélio de Mello disse ontem ser "muito razoável" o índice em torno de 5%.
Ele afirmou que a urna eletrônica poderá ser estendida a todo o país nas eleições gerais de 1998.
"O importante não é saber o percentual. O afastamento da máquina em nada prejudicou a eleição." Mello responsabilizou pessoas convocadas a trabalhar nas eleições por parte dos problemas. Para ele, houve manuseio errado.
"Elas não foram manuseadas por servidores da Justiça Eleitoral. As instruções foram dadas, mas não podemos dizer que todos acionaram (a urna) de forma correta."
Mello disse que, se o TSE tivesse mais tempo para treinar mesários, o resultado seria melhor.
A Justiça Eleitoral estava preparada para substituir até 30% das urnas eletrônicas pelas cédulas. Mas a confirmação desse índice indicaria o fracasso do novo sistema.
Luiz Antônio Raeder, secretário de informática do TSE, citou exemplos de erros. Segundo ele, em Belo Horizonte (MG), um mesário tirou o disquete para checar o funcionamento durante a votação, o que impediu a continuidade.
Em São Paulo (SP), falha de mesários levou eleitores a votar duas vezes sem deixar a cabine.
A manipulação indevida da receptora dos votos acoplada ao computador, que ativou o dispositivo antifraude, travou urnas. Em Macapá (AP), a queda de energia elétrica prejudicou o sistema.

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