São Paulo, sexta-feira, 4 de outubro de 1996
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Avaliação escolhe melhores

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A Associação Brasileira de Enologia (ABE) realizou sábado passado, no parque da Fenavinho em Bento Gonçalves (RS), a 4ª Avaliação Nacional de Vinhos, safra 96.
Os 450 apreciadores que participaram do evento puderam provar em primeira mão vinhos da última safra. Comprovaram, mais uma vez, que os enólogos brasileiros sabem muito bem como lidar com uvas que amadurecem -quase todos os anos- em condições climáticas que não são as ideais.
As variedades mais afetadas foram as que amadurecem entre meados de janeiro e fevereiro (Riesling Itálico, Merlot). Menos castigadas pelas enxurradas foram as variedades precoces (que são colhidas antes, como a Chardonnay, Gewürztraminer e Pinot Noir) e as tardias (Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Trebbiano).
Chegaram aos copos da avánt-prémiére da última safra 15 vinhos (oito brancos e sete tintos), selecionados como os melhores por um time de 23 enólogos.
Brancos
Na ala dos brancos, conquistaram o direito de entrar no palco dois Riesling Itálico -o da Domecq, com bom aroma e paladar (71/100, as notas refletem a minha avaliação) e o da Cooperativa Pompéia (69/100).
Houve também dois Chardonnay -Cave de Amadeu bem frutado e vivaz (75/100) e Monte Lemos (71/100)-, os dois da Seagram -Chenin Blanc (74/100) e Semillon (72/100)-, um Malvasia da Dom Laurindo (70/100) e um belo Gewürztraminer, bem perfumado e típico, da Casa Valduga (81/100).
Mas, como em avaliações anteriores, o destaque ficou com os tintos. Nesse departamento, conquistaram o pódio os Cabernet Franc da Bacardi Martini (que produz os De Lantier) -Pipa 10 (81/100) e Pipa 9 (82/100)- e da Monte Lemos (84/100), e dois Cabernet Sauvignon da Chandon - um para beber jovem (com bom paladar de frutas vermelhas, 83/100) e outro para envelhecer (denso, com boa fruta e estrutura, 85/100).

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