São Paulo, sexta-feira, 4 de outubro de 1996 |
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Mineiros só fazem discos com 11 faixas
DA REDAÇÃO A seguir, o vocalista Samuel Rosa, o empresário Fernando Furtado e os demais integrantes do Skank falam da carreira da banda.* Folha - Vocês ainda mantêm as mesmas influências? Skank - É, ainda ouvimos Sly and Robbie, Shinehead e mantemos nosso compromisso com a MPB, Ben Jor... Embora tenhamos nos afastado do "dancehall", até hoje tocamos. É legal isso, a gente, sendo trupe de brancos classe média de Belo Horizonte, fazer "dancehall". Folha - Continua sendo estranho pensar em reggae nas Minas Gerais. Fernando Furtado - A evolução do pop em Minas ficou anônima. Não se entende que entre o clube da esquina e o Skank há uma separação de cinco anos. Sempre tem um que vai e vomita lá, mas temos até reverência por eles. Não jogamos no time dos detratores, para nós não existe passado e futuro, o que existe é música legal ou não. Folha - "O Samba Poconé" tem toques latinos. Vocês foram descobrindo ritmos novos? Samuel Rosa -É, não sei. Tem, tem isso e tem também um monte de coisinhas novas no disco. Tem rockabilly, tem Nordeste. Não estou dizendo com isso que a gente não está descobrindo nada, a gente talvez esteja colocando coisas que já estavam no que fazíamos e em certos momentos não apareceram. Folha - Por que, mesmo sacrificando a possível execução de algumas faixas, vocês insistem em fazer discos com onze músicas? Skank - Isso começou no primeiro disco, em que o produtor Paulo Junqueiro colocou um remix de "Salto no Asfalto". Ela entrou como o 11, um ponta-esquerda. Não sei, ficou legal. No "Samba Poconé", parecíamos um monte de Zagalos falando que tinha que mudar o meio-campo, o centroavante do CD. Folha - Como está sendo a turnê? Rosa - Em janeiro estava chato, um marasmo. Estávamos amarrados, fizemos um show amarrado em Curitiba. Ficava pensando como seria no meio do ano. Mas as músicas novas deram tesão. Folha - O que vocês estão fazendo com o dinheiro que ganham? Skank - Uns compraram apartamento, carro bom, instrumentos. Mas falando assim até parece que nós ficamos milionários. Folha - E costumam aparecer uns agregados, uns parentes de que vocês nunca ouviram falar? Rosa - Ah, isso acontece mais com jogador de futebol. O que tem é um monte de gente que diz que é primo para pedir ingressos. Em São José dos Campos uma menina me disse que era amiga do Osvaldo. E eu: "Que Osvaldo?". Ela disse: "Seu bobo, seu irmão". E me mostrou uma foto de uma família de "Tonho", tudo escadinha. O Osvaldo era um cara com umas sobrancelhas enormes. Me convenci. Texto Anterior: Coluna Joyce Pascowitch Próximo Texto: "Ajax não vai ficar impune" Índice |
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