São Paulo, sábado, 5 de outubro de 1996
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Arafat vence o "1º round" contra Hamas

Polícia evita protestos

IGOR GIELOW
ENVIADO ESPECIAL A JERUSALÉM

O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, ganhou ontem importante batalha contra os fundamentalistas do Hamas (Movimento de Resistência Islâmico).
Anteontem, o Hamas havia pedido para a população palestina nos territórios ocupados por Israel desde 1967 um "confronto total". Houve diversos episódios isolados, mas sem feridos.
Já o Exército de Israel reforçou a segurança junto às mesquitas, com 4.000 solados trabalhando só em Jerusalém oriental.
O motivo da preocupação foi o chamado do Hamas, marcado para assim que os muçulmanos deixassem suas orações de sexta-feira -dia de descanso religioso.
Saída
A Folha acompanhou a saída dos fiéis da Esplanada das Mesquitas, terceiro ponto mais sagrado do islamismo, que fica na Cidade Velha em Jerusalém. Não houve nenhum incidente grave.
Havia barreiras para entrar na Esplanada. Todo muçulmano tinha os documentos checados e os considerados "suspeitos" eram proibidos de entrar -nessa categoria, em média, encaixavam-se aqueles sem permissão de trabalho e com menos de 30 anos.
No começo da tarde, porém, houve um princípio de confusão. Alguns palestinos jogaram pedras da Esplanada sobre judeus que rezavam no Muro das Lamentações -local mais sagrado do judaísmo, que fica ao pé da Esplanada.
Houve correria, com turistas e fiéis sendo retirados para o quarteirão judeu da Cidade Velha, mas não houve feridos.
Na faixa de Gaza e Cisjordânia, houve incidentes isolados. Na maioria dos casos, manifestantes queimaram bandeiras de Israel.
Hebron e EUA
Em Hebron, cidade-chave dos conflitos, a presença armada israelense inibiu protestos. Mas houve apedrejamentos de postos militares, sem resposta dos soldados.
Ontem, o presidente dos EUA, Bill Clinton, afirmou que vai enviar seu secretário de Estado para a região. Warren Christopher deve se encontrar amanhã com o premiê Binyamin Netanyahu e, depois, com Arafat.
Ele não vai ficar para acompanhar as negociações palestino-israelenses que começam amanhã em Erez, posto na fronteira entre Israel e a faixa de Gaza. As negociações serão acompanhadas pelo enviado americano Dennis Ross.
Arafat, durante visita a Paris, pediu a presença de europeus nas negociações de paz. Diferentemente dos americanos, os europeus defenderam os palestinos durante os recentes enfrentamentos.

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