São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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GP Brasil comporta amistoso e decisão

MAURO TAGLIAFERRI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Apenas 2 das 1.500 pessoas que estarão envolvidas com a disputa do GP Brasil de motociclismo, hoje, no autódromo Nelson Piquet, podem dizer que estão no Rio de Janeiro a passeio.
Uma é o australiano Michael Doohan, 31, que, ao conquistar por antecipação o título desta temporada da categoria 500 cilindradas (cc), tornou-se tricampeão daquela que é considerada a Fórmula 1 das motocicletas.
A outra é o espanhol Alex Crivillé, 26, vice-campeão, também antecipado, do mesmo campeonato.
Sustentando os dois, a equipe Repsol Honda, ou melhor, a Honda Racing Corporation (HRC), nome que se esconde por trás do do patrocinador, gigante do ramo petrolífero espanhol.
A HRC nada mais é que a equipe de fábrica da Honda, prerrogativa que lhe garante o fornecimento, em primeira mão, das inovações técnicas da fábrica japonesa.
E, já desde a temporada passada, a fornecedora é hegemônica na categoria motociclística.
Não à toa, Doohan e Crivillé protagonizaram os melhores pegas deste ano, acabando com a coroação, pela terceira vez consecutiva, do australiano.
Tirando os dois -que podem considerar o GP carioca um "amistoso"-, entretanto, a pancadaria é geral. As corridas no circuito misto do bairro de Jacarepaguá são decisivas.
500cc
Penúltima etapa do ano, o GP Brasil, cuja disputa se inicia às 14h, vale como luta pelo terceiro lugar do campeonato das 500cc. Resultado que pode não ter grande valor histórico, mas surge como oportunidade de promoção.
O raciocínio é simples. Se as duas motos da HRC são imbatíveis, então o terceiro lugar significaria uma espécie de "título moral" entre os que não têm o equipamento superior.
Mostrando suas qualidades agora, pilotos e equipes têm condições de negociar melhores pacotes técnicos e mais patrocínios para o ano que vem.
Até aqui, Luca Cadalora leva a melhor, com 149 pontos. Mas, como há 50 à disposição até o término da disputa, outros quatro pilotos prosseguem na perseguição ao italiano -aliás, o vencedor do GP Brasil de 95.
São eles o brasileiro Alexandre Barros (134 pontos), o japonês Norifumi Abe (132), o norte-americano Scott Russell (126) e outro japonês, Tadayuki Okada (104).
250cc e 125cc
Na categoria de acesso às 500cc, o italiano Massimiliano Biaggi abriu 21 pontos sobre seu principal adversário, o alemão Ralf Waldmann: 249 a 228.
Portanto, se sair da corrida que começa às 12h45 de hoje com 26 pontos de vantagem sobre o concorrente, leva a taça -e pela terceira vez na carreira.
Ao contrário das 500cc, o campeonato das 250cc vive uma disputa entre as fábricas Aprilia, de Biaggi, e Honda, de Waldmann.
A fábrica japonesa teria até providenciado componentes especiais, como escapamentos, pistões, injeção eletrônica e novos cilindros, para a moto do alemão e também para a do francês Olivier Jacque, o terceiro na classificação.
Por fim, na primeira corrida do dia, às 11h30, a batalha é asiática.
Três japoneses têm chances de vencer hoje o campeonato das 125cc: o atual campeão Haruchika Aoki (Honda, 175 pontos), Masaki Tokudome (Aprilia, 161) e Tomomi Manako (Honda, 160).
Para Aoki ser bicampeão, basta que os rivais não pontuem.

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