São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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Rio dá calote e deve ficar sem o GP em 97

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

O GP do Brasil de Motovelocidade não voltará a acontecer no Rio em 1997. A decisão já está tomada pela Vadam International, empresa organizadora da prova.
"As pessoas no Rio não são sérias", disse o holandês Lee van Dam, diretor da Vadam.
Ele acusa a Riotur de não cumprir uma série de obrigações do contrato de realização da corrida.
Uma delas seria quanto à capacidade de público do autódromo Nelson Piquet. Pelo contrato, deveria ser 60 mil, mas a prefeitura não construiu dois módulos de arquibancada previstos, limitando o público a 40 mil.
Segundo Van Dam, a empresa municipal de turismo do Rio ainda deve de US$ 500 mil a US$ 600 mil à Vadam pela prova de 95.
Esse valor seria relativo a despesas da Riotur com prestadores de serviço no autódromo, pelas quais, diante da falta de pagamento, a Vadam teria se responsabilizado. "Tive que fazer isso, porque era o meu nome que estava em jogo", disse Van Dam.
Prejuízo
O contrato para a realização da prova no Rio foi firmado com prazo de dois anos (para 95 e 96).
A Vadam International investiu de US$ 4 milhões a US$ 5 milhões na promoção de cada GP do Brasil, segundo seu diretor. "Tanto em 95 quanto agora, perdemos dinheiro", afirmou Van Dam.
No ano passado, segundo ele, já tinha havido problemas porque a Riotur só entregou a pista e o centro de imprensa prontos três dias antes da corrida.
Depois, para a prova da Indy, em março deste ano, parte do traçado da pista aprovado para os GPs de motovelocidade foi alterado sem consulta prévia à FIM (Federação Internacional de Motociclismo).
"Não entendo como o Rio se mostra interessado em promover a Olimpíada de 2004. É uma piada", afirmou Van Dam.
"E é uma pena, porque a cidade tem tudo para fazer um dos melhores GPs do ano. A corrida é transmitida para mais de 120 países e poderia ajudar a melhorar a imagem do Brasil, que não é boa."
A Folha não conseguiu falar com nenhum diretor da Riotur sobre as reclamações da Vadam.
Sem alternativas
A não-realização da prova no Rio em 97 coloca em sério risco o GP do Brasil. Van Dam disse não ver perspectiva de que outra cidade brasileira possa abrigar a prova.
A outra opção, Goiânia -que abrigou o GP do Brasil de 87 a 89-, tem problemas de infra-estrutura, segundo Van Dam.

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