São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Reunião termina sem acordo

FRANCISCO CÂMPERA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Terminou sem acordo reunião realizada ontem entre o superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em São Paulo, Jonas Villas Bôas, e dois fazendeiros de Sandovalina (Pontal do Paranapanema) para definir o preço das benfeitorias em áreas que podem ser destinadas à reforma agrária.
A próxima reunião para tentar solucionar o impasse será realizada na semana que vem, em dia ainda não definido.
A negociação está sendo feita para a compra de 8.200 hectares das fazendas Bom Pastor, Santa Irene, São Domingos 1 e 2, e São Sebastião.
A São Domingos 1 foi invadida anteontem por cerca de 700 famílias, segundo o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). O proprietário da fazenda mandou um advogado para representá-lo.
O Incra ainda não sabe se as terras são devolutas (públicas), mas já negocia sobre o valor das benfeitorias. "É para agilizar o processo", disse Villas Bôas. Segundo o superintendente, um processo para certificar que a terra é pública, e depois devolvê-la ao Estado, pode levar de cinco a 15 anos.
O dono da Bom Pastor, Joel Mascarenhas, disse que deseja resolver a questão sem conflito. "Só falta um consenso sobre o preço e tamanho da área, mas estou disposto a flexibilizar." Ele afirmou que sua família está na terra há 50 anos.
As terras das fazendas seriam desapropriadas, mas a procuradoria jurídica do Incra em Brasília vetou a negociação, pois não havia garantia de que as áreas eram particulares.

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