São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Situação pior é de homens mais velhos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O desemprego da mão-de-obra com carteira assinada vem caindo nos últimos quatro meses, mas os trabalhadores das cidades, com menor escolaridade, mais velhos e do sexo masculino estão com mais dificuldade de achar vagas.
"Esse é o perfil do chefe de família", afirma André Urani, do Ipea, editor do estudo sobre mercado de trabalho elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e pelo Ministério do Trabalho.
O documento mostra que de abril a julho de 96 o número de empregados superou o de demitidos em 218.792, revertendo uma tendência de aumento do desemprego que vinha desde 1995.
As mulheres ficaram com 150.629 desses novos empregos. Para os homens, sobraram 68.163.
Os trabalhadores com idade entre 40 e 59 anos estão sendo mais demitidos do que admitidos. De abril a julho, as dispensas superaram as admissões em 48 mil.
O estudo mostra que o setor que tem o maior saldo entre admissões e dispensas de empregados é a agricultura. Do total de vagas criadas, cerca de 67 mil são da agricultura, sinal de que os empregos estão saem das grandes cidades.
Segundo o estudo, está crescendo o número de pessoas que estão desempregadas há seis meses ou mais. Em julho de 1995, eles compunham 31,05% do contingente de desempregados. Em junho passado, a participação passou para 37,59%.
"No Brasil sempre tivemos uma característica estrutural de duração baixa do desemprego, mas os números estão mostrando uma tendência de mudança", afirmou Urani. Segundo ele, essa situação é comum nos países europeus, onde a maioria dos desempregados fica mais de um ano atrás de uma vaga.

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