São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996 |
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Venda maior não cria novos empregos
FÁTIMA FERNANDES
A estratégia é continuar investindo para obter ganhos de produtividade. A admissão de funcionários poderá acontecer só na última hora para atender expansão inesperada da demanda. Fabricantes de eletrodomésticos, por exemplo, têm como certa a venda de 15 milhões de unidades neste ano entre geladeiras, freezers, lavadoras de roupas, lava-louças, fogões, microondas e aparelhos de ar condicionado. É um recorde histórico para eles, que já comemoraram em 1995 o maior volume de vendas -de 12,5 milhões de unidades. "Estamos nos preparando há meses para produzir 30% mais neste ano sem mexer no quadro de pessoal", diz Ricardo Etchenique, diretor comercial da Multibras, que comercializa as marcas Brastemp, Consul e Semer e emprega 11,5 mil pessoas. A Refripar, das marcas Electrolux e Prosdocimo, vai fabricar neste último trimestre de 1996 cerca de 10% mais do que em igual período do ano passado com instalações de máquinas mais modernas e empregados mais bem treinados. "Se o mercado for muito maior do que estamos prevendo, aí sim vamos reforçar a equipe", afirma Antonio Carlos Romanoski, diretor-geral da Refripar. Sem demissões Para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), assim como a indústria de eletrodomésticos, outros setores vão manter no último trimestre do ano o nível de emprego de setembro. "A indústria paulista não deve nem demitir nem contratar neste final de ano", prevê Horácio Lafer Piva, diretor da Fiesp. Em setembro, as fábricas paulistas demitiram 5.470 trabalhadores -uma queda de 0,27% no índice do nível de emprego. Esse foi o segundo melhor resultado do ano. O primeiro foi em junho, quando a redução no nível de emprego foi de 0,21%, com a dispensa de 4.670 trabalhadores. A esperada estabilização do nível de emprego anima a indústria e o comércio para este final do ano. Os empresários lembram, no entanto, que só neste ano cerca de 150 mil pessoas foram demitidas pela indústria paulista. Em dezembro do ano passado, segundo a Fiesp, essas fábricas empregavam perto de 2,15 milhões de pessoas. Pelos cálculos da federação, vão terminar 1996 com cerca de 2 milhões de trabalhadores. O aumento do consumo neste início de outubro no comércio empolgou os fabricantes sobretudo de produtos mais procurados nesta época do ano. Texto Anterior: Produtividade não chega aos salários Próximo Texto: Situação pior é de homens mais velhos Índice |
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