São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Autopeças quer elevar alíquota para 9,6%

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria nacional de autopeças pediu ao governo a adoção de alíquota de 9,6% na importação de componentes usados na produção de veículos.
Atualmente as fábricas que aderiram ao regime automotivo pagam imposto de apenas 2%. As empresas têm direito a desconto de 90% sobre a alíquota normal -16%, em média.
O aumento proposto pelo Sindipeças, entidade que reúne os fabricantes de autopeças, representa um desconto menor -40%.
Segundo Paulo Butori, presidente do Sindipeças, o aumento da alíquota serviria para compensar o pagamento do PIS (Plano de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) pelos fabricantes nacionais.
"As importações não estão sujeitas ao recolhimento", diz Butori. PIS e Cofins representam custo adicional entre 6% e 6,5%.
Butori diz que a carta enviada ao governo pela Anfavea para contestar o pedido de elevação de alíquota "omite alguns números".
Segundo a Anfavea, de janeiro a junho deste ano apenas 17% das peças e matérias-primas foram importadas. "Não diz que isso dá um aumento de quase 50% em relação ao ano passado, quando 11% das compras foram feitas no exterior", conta o presidente do Sindipeças.
"Chiqueirinho"
Butori diz que todas as montadoras -até a Volks, que é a favor da alíquota maior e se recusou a assinar a carta da Anfavea- adotam a "tática do chiqueirinho" para pressionar fornecedores.
"Elas deixam o fabricante de castigo até que ele aceite vender a peça pelo preço pedido pelo fornecedor europeu ou norte-americano, mesmo levando prejuízo".

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