São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Apple analisa troca do sistema operacional da linha Macintosh

Programa desenvolvido pela Be tem alto desempenho

JULIE SCHMIDT
DO "USA TODAY", EM PALO ALTO, CALIFÓRNIA

Será que a Apple Computer deve romper com seu passado para tentar assegurar seu futuro?
É essa a discussão travada na Apple, focalizada na possível aquisição de, ou parceria com, uma companhia fundada há seis anos, com apenas 40 funcionárias, a Be.
A Be desenvolveu um sistema operacional (programa que comanda as operações básicas dos computadores) que coloca o sistema da Apple e o "Windows" no chinelo.
O sistema é tão veloz que o usuário pode assistir a quatro videoclipes, capturar três clipes de áudio e usar um navegador da World Wide Web, tudo ao mesmo tempo.
"É a diferença entre um automóvel Saturn e uma Ferrari", diz Bob Groppo, chefe de marketing estratégico da Power Computing, a maior fabricante de clones (cópias) do Mac.
Para a Apple, a adoção do sistema operacional da Be significaria abrir mão do "Copland" -novo sistema operacional da Apple, que já está atrasado em mais de um ano e que talvez nunca venha a ser o que foi prometido.
Mas existem problemas. O sistema operacional "Be" ainda não foi testado. Ainda não existe nenhum software de peso escrito para ele. Os softwares que funcionam com os computadores Macintosh não funcionam com ele. Isso deixa o "Be" sem base de consumidores para atrair os criadores de software e sem software para atrair os consumidores.
"A compra não faria sentido nenhum", diz o analista Dick Shaffer, da Technologic Partners. "Ele só daria à Apple aquilo que ela não precisa: outro sistema operacional sem aplicativos."
Apesar disso, executivos da Apple vêm conversando com os da Be há meses, e espera-se para dentro em breve uma decisão da Apple sobre o início -ou não- de negociações sérias.

Tradução de Clara Allain

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