São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996 |
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Fidelidade marca concerto do I Musici
WILLIAM LI
I Musici não é hoje obviamente o mesmo conjunto criado no início da década de 50 e que causou a admiração de Toscanini. No entanto, eles se mantêm fiéis a uma linha interpretativa, principalmente da música barroca italiana, que cativou o público e lhes valeram vários prêmios. O concerto começou com a execução da "Sonata a Quattro nº 1 para Cordas", de Rossini (1792-1868). Sua sonoridade harmônica e delicada já se fez sentir desde as primeiras notas desta obra "classicista" de Rossini. Seguiram-se o "Concerto em Ré Menor para Violino e Orquestra", de Giuseppe Tartini, um dos expoentes do barroco italiano, e o "Concerto para Violoncelo e Orquestra", de Giovan Battista Costanzi, que já pode ser considerado um pré-clássico. A interpretação caracterizou-se pela fidelidade ao estilo dos compositores e pela perfeição técnica. Mantendo-se fiéis a seus estilos, os solistas Antonio Perez e Vitor Paternoster souberam muito bem conter os exageros. No "Concerto" de Costanzi (1704-1778), solista e orquestra souberam adaptar-se perfeitamente ao estilo galante do classicismo do século 18. Na segunda parte do concerto tivemos três peças do "Estro Armonico", de Vivaldi. Pode-se dizer sem exagero que foram I Musici que criaram um padrão para a interpretação da obra vivaldiana. Seu Vivaldi é espontâneo, claro, poderíamos até dizer, franco e sincero. Seu estilo é inconfundível, e não há como deixar de se entusiasmar com seus arrebatadores "allegri" ou se deixar embalar pelos movimentos lentos. Texto Anterior: Karabtchevsky rege hoje sinfônica e coral Próximo Texto: Fernanda Abreu mostra 'Da Lata' em Paris Índice |
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