São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 1996
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Personagens pitorescos divertem Olinda

FÁBIO SEIXAS
DO ENVIADO ESPECIAL A PERNAMBUCO

Vale a pena separar um dia da viagem a Pernambuco para conhecer Olinda.
A cidade, com suas ladeiras e casarões tombados pela Unesco (órgão das Nações Unidas para educação, ciência e cultura), é repleta de histórias divertidas e personagens pitorescos.
Olinda é dividida em "cidade baixa" e "cidade alta".
Nesta última, acontece o tradicional Carnaval pelas ladeiras, o mais animado do Nordeste, segundo os moradores. O ponto de encontro dos blocos e seus gigantescos bonecos é a esquina conhecida como "quatro cantos".
Próximo a esse ponto, na rua Prudente de Morais, 444, fica o bar e barbearia de Isnard de Luna. O local chama a atenção de quem passa, já que não é comum encontrar uma cadeira de barbeiro dentro de um bar.
Quem acha que se trata de uma peça de decoração acaba percebendo o erro quando vê alguém entrar pedindo barba e cabelo, em vez de chamar uma cerveja.
Uma conversa com o proprietário esclarece tudo. Luna diz que mora em Olinda há mais de 40 anos e conta que já foi o "homem da meia-noite", boneco famoso do Carnaval da cidade.
No bar e barbearia, Luna ainda promove uma exposição permanente de quadros de artistas da cidade. "Mudamos os quadros a cada dois meses, com uma grande festa", diz.
Combustível da folia
Figura lendária na cidade é o "seu" Cardoso, antigo fabricante da bebida Pau do Índio.
Mistura de sete tipos de ervas, a bebida é tratada pelos moradores como o "combustível" para aguentar a agitação do Carnaval de Olinda. "Cura até unha encravada e dor-de-cotovelo", gritam os vendedores ambulantes da Sé, a praça principal da cidade.
Segundo dizem os moradores, Cardoso, que morreu e deixou a receita para os filhos, aprendeu a fórmula da bebida com um índio que teria passado pela cidade.
O turista que quiser experimentar o preparado deve ir direto à casa do fabricante, na rua do Amparo, 94. Pela cidade, muitos vendedores oferecem o Pau do Índio falsificado. A garrafa de um litro da bebida legítima custa R$ 7.
Jerimum recheado
Na hora do almoço, o restaurante Oficina do Sabor é uma boa dica para quem quer provar a culinária típica pernambucana.
Como entrada, o queijo de coalho com ervas nordestinas, a R$ 5,50, é imprescindível. Uma caipirinha custa R$ 2.
Como prato principal, as sugestões são o jerimum recheado ao peixe com coco (R$ 20), o gratinado de macaxeira com charque (R$ 25) e a moqueca de peixe (R$ 15).
O restaurante Oficina do Sabor fica na rua do Amparo, 335.

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