São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Cresce protesto de índios no Maranhão

Governo propõe trocar reféns por verba

IRINEU MACHADO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

Os moradores de Grajaú (MA) bloquearam os acessos rodoviários ao município e à aldeia do Coquinho, onde cerca de 130 pessoas -entre elas um promotor de Justiça- estão sendo mantidas como reféns dos índios guajajaras.
Os moradores apóiam o movimento iniciado quinta pelos índios, que bloquearam a rodovia BR-226, que liga Teresina (PI) a Porto Franco (oeste do Maranhão). Os índios exigem a pavimentação de parte da estrada, que cruza a reserva indígena Canabrava, onde fica a aldeia do Coquinho.
A Polícia Federal começou a apurar o caso. A Funai acusa o deputado estadual governista Mercial Arruda (PFL) de incitar os índios a cometer o sequestro. A PF também suspeita que ele seja "mentor" da atuação dos índios.
Os governos federal e estadual do Maranhão apresentam hoje aos índios guajajaras uma proposta para tentar acabar com o sequestro.
Em troca da libertação dos reféns, os dois governos comprometem-se a incluir no Orçamento Geral da União de 97, e que já está no Congresso, a verba necessária (cerca de R$ 25 milhões) para a pavimentação da BR-226.
A proposta que será levada hoje aos guajajaras é considerada a "solução definitiva" pelo governos federal e maranhense.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, os índios terão de libertar os reféns e liberar a estrada.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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