São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Onde estavam os candidatos em 70?

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Como tantos outros militantes de esquerda, a assistente social Luiza Erundina, então com 35 anos, enfrentou um grande dilema durante a Copa de 70.
"Ao mesmo tempo em que a gente vibrava com o desempenho do Brasil na Copa, a gente via que aquilo estava sendo usado politicamente pela ditadura para melhorar a sua imagem."
O confronto entre grupos terroristas de esquerda e o regime militar viveu um de seus períodos mais agudos em junho de 70.
Enquanto a seleção caminhava rumo ao tri, a Aliança Libertadora Nacional mantinha em cativeiro o então embaixador da Alemanha Ocidental no Brasil, Ehrenfried Von Hollenben.
Proibida em 70 de dar aulas na Universidade Federal da Paraíba, Erundina se lembra que os jogos da seleção serviam como motivo para discussões políticas.
"Uma das coisas que nos irritava na época era o Pelé. A gente não se conformava que ele não desse uma palavra levando à outra parte do mundo o que estava acontecendo no Brasil", diz.
"Nossa preocupação era como neutralizar o uso político do futebol. A gente preferia mostrar para as pessoas que aquilo estava sendo usado contra o país."
(MSy)

Texto Anterior: Onde estavam os candidatos em 70?
Próximo Texto: PT vai à TV atacar 'candidato frouxo'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.