São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 1996 |
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Carter contesta denúncias de Ortega
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O ex-presidente americano Jimmy Carter, que participou como observador da eleição nicaraguense, disse ontem que não houve fraude e que a vitória de Arnoldo Alemán deve ser confirmada.A declaração é uma reação ao sandinista Daniel Ortega, para quem houve irregularidades. Apurados 73,23% dos votos, Alemán tem 48,9%, e Ortega, 38,6%. Com este resultado, não deve haver segundo turno. A lei eleitoral nicaraguense o exige quando nenhum candidato ultrapassa 45% dos votos. O democrata-cristão Guillermo Osorno, que poderia se tornar uma força política importante se houvesse segundo turno, contava com 4,2% dos votos na tarde de ontem. Sete partidos pequenos pediram a impugnação da eleição por considerar que houve irregularidades. "Em qualquer eleição existe a possibilidade de fraude, mas, por consenso entre os observadores, aqui não houve fraude em tal grau que possa macular ou reverter o resultado", disse Carter. Inspirado pelo líder guerrilheiro Cesar Augusto Sandino, Ortega foi um dos líderes da revolta que derrubou o governo de Anastacio Somoza, em 1979, e deixou o poder em 1990, após vitória da atual presidente, Violeta Chamorro. Carter, do Partido Democrata, governou os EUA entre 1977 e 1981. O americano se reuniu com Alemán, Ortega, Chamorro e a presidente do Conselho Supremo Eleitoral, Rosa Marina Zelaya, para discutir possíveis irregularidades. O ex-presidente disse que, durante a reunião, Ortega se mostrou "de acordo em respeitar a lei" -e portanto deve recorrer à Justiça por suas queixas. As denúncias de fraude surgiram anteontem, quando Ortega disse que Alemán ainda não poderia se considerar o vencedor da eleição. Ontem, Alemán disse esperar "que Ortega amadureça" e reconheça a derrota nas eleições. A maioria das pesquisas nos últimos dias dava vantagem para Alemán, mas com tendência de crescimento para o sandinista. Texto Anterior: Fogo mata 29 presos na Venezuela Índice |
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