São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996
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Kandir faz de reunião ato pró-reeleição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Antonio Kandir (Planejamento) transformou a reunião ministerial de ontem em mais um ato em defesa da reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
FHC convocou o ministério para Kandir divulgar os nomes dos 35 gerentes responsáveis pelos 42 projetos prioritários do governo, que integram o Plano de Metas.
Em entrevista após a solenidade, Kandir aproveitou para apontar à imprensa um cenário econômico otimista no caso da reeleição.
"A reeleição aumenta a probabilidade de realizar reformas mais profundas num curto espaço de tempo", afirmou.
Ele disse que o plano, que é uma promessa de investimentos públicos e privados de R$ 54 bilhões em 97 e 98, sinaliza para o mercado a disposição de o governo melhorar o cenário macroeconômico.
O ministro apelidou os projetos de "alpistes", pois serviriam para atrair investimentos privados tanto para os projetos em si como para a região onde as obras e ações estão sendo realizadas.
"A divulgação desses projetos como prioritários dá tranquilidade ao setor privado, que diminui seu grau de incerteza com relação ao futuro e, com isso, arrisca mais na hora de investir", disse Kandir.
O ministro afirmou ainda que a divulgação do Plano de Metas não significa que o governo tenha optado pela "gastança", em detrimento da austeridade econômica.
"Não existe a menor possibilidade de nós querermos que os projetos aumentem o déficit público", disse Kandir. "Os projetos já estavam previstos no Orçamento da União, o governo só está anunciando que vai dar mais agilidade à questão gerencial", completou.
Informática
FHC inaugurou um sistema de informações por computador pelo qual vai poder acompanhar o andamento dos projetos. Os gerentes ficarão responsáveis por abastecer o sistema com informações.
"Os gerentes não substituem secretários-executivos nem ministros. Seria impensável. É apenas o responsável, diante do ministro, para que as coisas possam acontecer. É o depositário da informação mais 'up to date' (atualizada)", disse o presidente. FHC afirmou que o "Brasil em Ação" não é a repetição do Plano de Metas do governo Juscelino Kubitschek, implementado na década de 50.
"Nós não podemos seguir o mesmo caminho porque seria desconsiderar um avanço de dezenas de anos, que foi a constituição, no aparelho do Estado, de uma capacidade técnica muito elevada."

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