São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996 |
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ONGs exigem afastamento
EMANUEL NERI
Maurílio é apontado como suspeito de envolvimento no grupo de extermínio conhecido como "Meninos de Ouro", que atuaria em Natal. O advogado e ativista de direitos humanos Francisco Gilson Carvalho, assassinado domingo último, era responsável por essa denúncia. "O governador se recusa a afastar um secretário que foi claramente apontado por uma comissão do Ministério Público como sendo responsável por esse grupo de extermínio", disse Paulo Sérgio Pinheiro, da Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos. Segundo Pinheiro, há "indícios claríssimos" de envolvimento do subsecretário e de policiais daquele Estado no "Meninos de Ouro". Além do Ministério Publico, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, do Ministério da Justiça, também apurou o caso. Para Pinheiro, o governador potiguar parece "não ter entendido" que o país tem um Programa Nacional de Direitos Humanos. "Garibaldi não pode continuar prestigiando policiais envolvidos em grupo de extermínio e um secretário que incentiva a violência." "O governador, que dizem ser um homem honesto, tem que afastar imediatamente esse secretário", disse. "Foi um absurdo o que aconteceu no Rio Grande do Norte. É um caso flagrante de execução sumária", afirmou. Anistia A Anistia Internacional e a Human Rights Watchs/Americas também estão pedindo a demissão do subsecretário. A Human Rights divulgou trecho de uma entrevista do subsecretário a uma TV de Natal, estimulando a violência policial contra marginais. "Ao espancamento, sendo contra marginais, eu sempre fui favorável", disse Medeiros na entrevista, datada de 1992. "Quando, ao contrário, pessoas de bem são espancadas, eu realmente procuro tomar medidas violentas e apurar com todo o rigor", disse Medeiros. "Estou a favor de meus policiais. Meu modo de agir é dessa maneira." Texto Anterior: PF não investiga morte de advogado Próximo Texto: Subsecretário nega acusações Índice |
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