São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996 |
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Prefeitura desiste de arrancar eucaliptos VICTOR AGOSTINHO VICTOR AGOSTINHO; FABIO SCHIVARTCHE
A prefeitura suspendeu ontem a ordem de retirar os eucaliptos que foram plantados pela construtora OAS nas avenidas Água Espraiada e Faria Lima (zona sul). O plantio de eucaliptos está proibido em São Paulo por determinação judicial. "Decididamente, é um assunto que não me diz respeito e que deve ser resolvido pela Emurb", disse. A assessoria da Emurb, por sua vez, afirma que árvore é atribuição do Verde e do Meio Ambiente e que o secretário Zulauf deve tomar as providências necessárias para retirar os eucaliptos. A polêmica dos eucaliptos surgiu em 94, quando o prefeito Paulo Maluf anunciou que iria plantar 2 milhões de árvores na cidade. Metade desse total seria de eucaliptos. Agrônomos e ambientalistas protestaram contra a medida, afirmando que o eucalipto não é uma árvore ideal para cidades, já que derruba galhos conforme cresce. Para a Emurb, a construtora OAS justificou o plantio das árvores com o temor de que os terrenos fossem invadidos por sem-teto. Para o prefeito Paulo Maluf, o eucalipto é "uma madeira abençoada por Deus". "Eu plantaria eucaliptos na minha casa. É uma árvore boa, cresce rápido". Ontem, o vereador Roberto Trípoli enviou representação ao promotor Hamilton Alonso Jr., da Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público, denunciando a retomada do paisagismo paulistano com eucaliptos. "Os eucaliptos terão de ser removidos mais tarde, acarretando novos gastos para os cofres públicos", segundo o vereador. "Sem querer contestar a decisão judicial que proíbe o plantio, o eucalipto é uma boa árvore para plantar na periferia, em terrenos passíveis de invasão", disse Zulauf. Mesmo não retirando os eucaliptos, a Secretaria do Verde vai completar o paisagismo com outras árvores nativas brasileiras. Gobbi Oliveira afirma que o eucalipto é uma árvore muito agressiva, que suga toda a água ao redor até a raiz alcançar o lençol freático. A árvore costuma ser utilizada para reflorestar áreas degradadas. Texto Anterior: Paulo Renato critica boicote ao provão Próximo Texto: Feldmann vai propor lei de mananciais Índice |
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