São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996 |
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Chirac dá apoio ao Legislativo palestino
DO "THE INDEPENDENT"; DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O presidente da França, Jacques Chirac, tornou-se ontem o primeiro líder estrangeiro a falar no Conselho Legislativo Palestino e defendeu no discurso um Estado palestino como o melhor meio de obter a paz no Oriente Médio.A visita do líder francês a Israel e às regiões autônomas palestinas adquiriu uma carga política desde o seu enfrentamento verbal com agentes de segurança israelenses anteontem em Jerusalém. Milhares de palestinos carregavam bandeiras nas ruas de Ramallah (Cisjordânia) esperando Chirac para o seu discurso. Depois de ser cumprimentado aos gritos de "Vive la France", Chirac disse aos 88 membros do conselho: "Um Estado palestino não é, de modo nenhum, um perigo para a segurança de ninguém. Pelo contrário, um Estado palestino e a paz abrangente e justa garantem a segurança de todos". O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, é contra a criação de um Estado palestino. O presidente francês também pediu um maior papel da França e da Europa como um todo nas negociações de paz nas quais os EUA atuaram como mediador. "Vejo que o processo de paz está perdendo o seu fôlego por causa da falta de confiança. Vejo um papel para a Europa e para a França na reconstrução dessa confiança." O presidente criticou as mudanças feitas pelo governo israelense em Jerusalém, como o confisco de terras árabes e a demolição de casas. Criticou ainda o fechamento da Cisjordânia e da faixa de Gaza. Chirac chegou a cometer uma gafe em seu discurso. Disse que "precisava ser vislumbrado o estatuto de Israel". O texto previsto para o seu discurso falava sobre "o estatuto de Jerusalém". Até os acordos de paz de 1993, os palestinos não reconheciam o Estado de Israel. "Foi um simples lapso", disse Chirac a jornalistas. A discussão de Chirac com a segurança israelense foi elogiada no resto do Oriente Médio. O jornal oficial "Tichrin", da Síria, afirmou: "Como Jacques Chirac veio à região para pedir aos israelenses que aderissem ao princípio de 'trocar terra pela paz', ele enfrentou provocação deliberada dos líderes de Israel". Na França, os jornais foram críticos com o presidente. "Chirac declara a sua intifada", disse o "Libération". O "Le Canard Enchainé" afirmou: "Diplomacia nervosa, o mediador fica irado". Israel ordenou a partir da 0h de hoje (20h de ontem em Brasília) o fechamento total da Cisjordânia e da faixa de Gaza. Os israelenses disseram ter recebido informações segundo as quais existe a iminência de um atentado por causa do primeiro aniversário do assassinato por Israel de Fathi Chqaqi, líder da Jihad (Guerra Santa) Islâmica. Texto Anterior: Doença da "vaca louca" infecta o homem Próximo Texto: Israel lembra morte de Rabin Índice |
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