São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 1996
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Média de público da Bienal diminui

CASSINO MACHADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Apesar da 23ª Bienal ter trazido trabalhos de nomes como Pablo Picasso, Edvard Munch e Paul Klee, a média de público desta edição é bastante inferior a de anos anteriores.
Segundo os números divulgados pela Fundação Bienal, a frequência média diária nas duas primeiras semanas é de 3.480 pessoas, incluindo a visitação gratuita de escolas públicas.
Na 22ª edição, de 94, a frequência diária foi de 9.434 visitantes. Naquele ano, as grandes atrações da exposição foram nomes como o russo Kasimir Malevitch, o holandês Piet Mondrian e o mexicano Diego Rivera.
Se forem mantidos os números das duas primeiras semanas, o total de público da Bienal deve ficar em torno de 190 mil pessoas, quantidade inferior aos totais da 5ª, 6ª, 8ª, 11ª, 18ª e 22ª edições.
O artista plástico vietnamita Tran Tho, que já expôs em oito bienais, diz que a edição atual, da qual também participa, é "de longe a mais forte".
O artista acredita que, apesar do alto nível da exposição, o público é menor ao da Bienal de Veneza, na qual também já se exibiu.
Segundo o universitário Paulo Nakayama, que perguntava anteontem o preço dos ingressos nas bilheterias do parque Ibirapuera, a queda de público "deve ser resultado da confusa campanha publicitária".
Às 18h25 de terça, Nakayama procurava bilhete para entrar às 19h no Espaço Museológico.
Apesar da abundância de ingressos à disposição, o estudante desistiu diante do preço: R$ 10.
Na edição de 1994, os bilhetes para visitar a Bienal, que reunia trabalhos de mais artistas do que na edição atual -206 contra 136- custavam R$ 4. Em 94, os estudantes podiam comprar meia-entrada.
Os ingressos para a 23ª Bienal custam de R$ 5 (de terça a sexta, das 13h às 19h) a R$ 20 (sábado e domingo, das 15h às 23h).
Com o ingresso de R$ 30 o visitante escolhe o horário que preferir. Estudantes não pagam metade do preço, apesar de, do mesmo modo de que em 94, existir programa de visitação gratuita para escolas públicas.
Bienal sem filas Segundo apuração da Folha, os ingressos para a Bienal podem ser adquiridos na hora com tranquilidade. O repórter esteve em quatro dias diferentes e encontrou ingressos para entrada imediata.
Segundo os próprios números da Bienal, a maior frequência até agora foi no dia 18 de outubro, quando 4.791 pessoas visitaram a exposição.
No horário entre 15h e 16h, 618 pessoas visitaram o Espaço Museológico (local onde estão os trabalhos dos artistas mais importantes como Pablo Picasso, Francisco de Goya e Andy Warhol).
O Espaço, que tem umidade e temperatura controlada, abriga obras avaliadas em US$ 425 milhões. Por isso, tem capacidade limitada, comportando até 735 pessoas por hora.
(CEM)

Exposição: 23ª Bienal Internacional de São Paulo
Quando: de terça a domingo, das 9h às 23h. Até 8 de dezembro
Onde: pavilhão Ciccillo Matarazzo (parque Ibirapuera, entrada pelos portões 3 ou 4, zona sul de São Paulo)
Quanto: de R$ 5 a R$ 30, de acordo com o dia e horário de visitação. Escolas públicas podem agendar visitas gratuitas Ingressos: os bilhetes devem ser comprados pelo tel. 0800-111951 ou nas bilheterias da Bienal

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