São Paulo, sábado, 26 de outubro de 1996
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Caminhões entopem Francisco Morato até no fim-de-semana

Ligação com estradas sobrecarrega avenida de 6,5 km

DA REPORTAGEM LOCAL

Percorrer os 6,5 km da avenida Francisco Morato, na zona oeste, não é nada fácil. Em alguns dias, esse trajeto pode levar mais de uma hora.
O principal motivo é o número excessivo de caminhões que chegam e saem de São Paulo todos os dias pela rodovia Régis Bittencourt. Segundo a CET, entram cerca de 500 por hora (entre as 6h e as 20h).
A Francisco Morato é um eixo de ligação entre a Régis Bittencourt e o Ceasa, a via Dutra e outras rodovias estaduais e federais. Os piores dias são as terças e quintas-feiras, quando a quantidade de veículos de carga é maior.
Na quinta-feira passada, às 12h30, a Folha contou o número de caminhões que passavam pelo cruzamento da Francisco Morato com a praça Debora de Souza Alexandre. Em apenas um minuto, passaram 13 veículos pesados no sentido bairro-centro e 11 no sentido contrário.
"Nem mesmo no final de semana o trânsito pode ser considerado bom", afirma o comerciante Fábio Paulo Alonso, 23, que trabalha na avenida. "Além dos caminhões, tem o pessoal que vai para Peruíbe."
Taboão
O fato de a avenida começar na divisa com a cidade de Taboão da Serra também é um agravante.
"Quando quebra um caminhão do lado de lá, o socorro pode demorar horas", diz um fiscal da CET, que trabalha na região e pede para não ser identificado.
"Como é outro município, a gente não pode fazer o socorro. Só que os reflexos no trânsito são imediatos." Segundo ele, quando o caso é muito grave os marronzinhos acabam "invadindo" a cidade para acelerar o atendimento.
"Quem mora em Taboão e trabalha em São Paulo sofre muito. A avenida parece um inferno", afirma Marli de Fátima Cleto, proprietária de uma auto-escola. "Além do trânsito, tem que enfrentar os buracos na pista."

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