São Paulo, sábado, 26 de outubro de 1996
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Plata exclui Mercosul

AMIR LABAKI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Com exceção da Argentina anfitriã, o cinema do Mercosul está fora da mostra competitiva do 12º Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata (cidade litorânea situada a 400 km de Buenos Aires). Retomando atividades após um interregno de 25 anos, o evento acontece entre 7 e 16 do mês que vem.
O cinema brasileiro não terá tanto o que comemorar. Nenhum título foi selecionado entre os 19 concorrentes.
Curiosamente, o último vencedor do festival, em 1970, foi nada menos que "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade. A produção brasileira está representada apenas nas seções paralelas.
"Isso se deve talvez ao fato de termos recebido apenas parcialmente filmes brasileiros", disse por telefone à Folha o cineasta Nicolas Sarquis, membro do comitê de seleção.
"Havia restrições da FIAPF (Federação Internacional das Associações de Produtores de Cinema), que requer que os filmes para a competição não tenham concorrido em outros festivais internacionais". Sarquis não soube precisar o número e o títulos dos filmes brasileiros que se candidataram.
Os demais parceiros do Mercosul (Uruguai, Paraguai e Chile) tampouco participam da competição. Aliás, a Argentina é o único país da América do Sul inteira presente na disputa do Ombú de Ouro.
Tem também a maior representação nacional, com quatro títulos. Logo atrás vêm EUA e Grã-Bretanha, com três. Espanha, França e Itália emplacaram cada qual dois longas. Os restantes virão da Grécia, México e Porto Rico.
A seleção inclui poucos cineastas do primeiro plano internacional. Os mais conhecidos são Christopher Hampton (adaptando "O Agente Secreto", de Conrad), Alex Cox ("O Vencedor"), Ismael Merchant ("O Proprietário"), a espanhola Pilar Miró ("O Cachorro do Agricultor") e Eric Rochant ("Ana Oz").
Haverá premiação em seis categorias: o Ombú de Ouro para melhor filme e cinco Ombús de Prata para os melhores diretor, roteiro, ator, atriz e filme ibero-americano.
O produtor do melhor filme receberá do Instituto Nacional de Cinema e Artes Visuais prêmio de US$ 625 mil visando a co-produção de um filme com um produtor argentino.
O júri internacional de nove membros ainda não está fechado. Entre os confirmados há um representante brasileiro, Nelson Pereira dos Santos.
O cinema brasileiro emplacou títulos isolados -alguns nem tão recentes-, em mostras paralelas. "Tieta do Agreste", de Carlos Diegues, está no ciclo "Atrás da Câmera", entre os destaques internacionais fora de concurso.
Participam também "Quem Matou Pixote?", de José Joffily, "Jenipapo", de Monique Gardenberg, e "Yndio do Brasil", de Sylvio Back.

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