São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996 |
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Vans ganham espaço com velocidade no Rio
MÁRIO MOREIRA
O forasteiro que passe hoje pelo centro da cidade certamente vai se impressionar com a quantidade desses veículos conduzindo, embarcando e desembarcando passageiros. Os serviços de vans oferecidos por empresas, cooperativos e "piratas" cresceram tanto na cidade que obrigaram o prefeito Cesar Maia a baixar um decreto disciplinando a atividade (veja texto à página 10). Na prática, porém, o número de vans em circulação no Rio não pára de crescer. São serviços que vão desde conduzir o passageiro de casa para o trabalho e vice-versa até saídas noturnas -também levando e buscando- de diversos tipos. Adolescentes "É mais fácil usar as vans porque é seguro, não é caro, e nossos pais não precisam nos buscar", diz Luísa Amaral Ferreira, 13, usuária habitual do serviço para shows noturnos com a irmã, Ana, 15, e a amiga Bianca Soares, 13. As três costumam ir a espetáculos no Metropolitan, na Barra (zona sul), a mais de 20 quilômetros de onde moram, em Laranjeiras (zona sul). Pagam R$ 12 cada pelo transporte da Luca's Van Tour, com direito a lanche na volta e sensação de segurança. A mãe de Ana e Luísa, Laíse, 48, festeja o fim de um "transtorno". "Tínhamos que buscar as meninas sem nunca saber a que horas o show ia acabar. Agora, ficamos tranquilos e ainda economizamos o dinheiro do combustível, porque elas pagam o transporte com a mesada." Para Sueli Soeiro, 49, uma das proprietárias da Luca's Van Tour, o público adolescente é o principal cliente e alvo. "Eles ainda não dirigem." Trabalho Há também quem dependa das vans para os deslocamentos diários entre a casa e o trabalho. O advogado Jorge Rodrigues, 36, morador de Jacarepaguá (zona oeste), usa o serviço diariamente para ir ao centro e voltar, pagando R$ 3 por viagem. "Usar o carro não dá porque não tenho onde estacionar, e ônibus demora muito tempo por causa do trânsito." A falta de boas alternativas foi também o que levou um grupo de sete moradores de São Gonçalo (município vizinho a Niterói, do outro lado da baía de Guanabara) a usar, em conjunto, os serviços de uma empresa de vans. "Os ônibus estão sempre cheios, é muito tumulto. Na van é mais confortável", diz o ressecuritário Édson Dirk, 49. Para a secretária Maria Regina Almeida a vantagem é outra. "O principal é a pontualidade. Todo dia a van passa às 8h10 na minha casa." Para a dona-de-casa Eny do Espírito Santo, 61, a van é uma opção eventual. Moradora de Copacabana (zona sul), ela usa o serviço quando não está de carro e quer visitar a mãe na ilha do Governador (zona norte). "Quando é assim, pego um ônibus até o Centro, onde tomo a van até a ilha", diz Eny, que paga R$ 3,50 pelo transporte. Texto Anterior: Mãe sempre acerta quem é o pai, diz técnico Próximo Texto: Negócio das vans atrai desiludidos e desempregados Índice |
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