São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996
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Comida caseira vira negócio industrial

Produtos devem ser entregues no prazo

DA REPORTAGEM LOCAL; DA REDAÇÃO

Começar uma fabricação caseira e transformá-la em industrial. Esse sonho se tornou realidade para vários empresários. Mas para que isso, tomaram cuidados especiais.
Angela Mendes, dona da Vó Sinhá, começou fazendo doces em casa, em Juiz de Fora (MG). "Vendia para vizinhas até que passei para refeições em domicílio."
A empresa, que está no mercado há 18 anos, direcionou toda a sua produção de bolos de laranja e queijadinhas -que um dia já foi artesanal- para o atacado.
Para atingir os grandes clientes, Angela recomenda qualidade. Ela diz vender para a Restaurante do Aeroporto, Pão de Açúcar e Santa Luzia, TAM e Riosul e hotéis Crowne Plaza e Transamérica.
Outra empresa que conseguiu alcançar as grandes foi a Bolos & Afins. Chrysler, Du Pont, Petróleo Ipiranga e Adidas são algumas.
Eliane Bandeira, uma das sócias da Bolos & Afins, faz seis eventos por mês. Segundo ela, a empresa "deve ter organização para nunca perder prazos e horários". O faturamento é de R$ 18 mil por mês, com lucro líquido de 30%.
Há 20 anos no mercado, a Mariza Doces atende cerca de 50 pedidos por mês, faturando até R$ 50 mil.
Grandes empresas, como Kaiser, Banco de Boston, Fundação Maria Luíza e Oscar Americano, além dos bufês França, Torres e Baiuca, colaboram para essa cifra tão apetitosa quanto os doces que fabrica.
Já Ely Mizrahi, 32, um dos quatro sócios da Miss Daisy, acha que o segredo está no equipamento. "É preciso ter uma boa estrutura porque os clientes exigem."
A empresa faz tortas desde 1993. Hoje, sua produção atinge 40 mil tortas por mês. "Vendemos para Pizza Hut, KFC, Wal-Mart, Carrefour, Pão de Açúcar e Fran's Café."
Mas só o esforço na produção não faz um bom produto. Segundo Celso Marchi, consultor do Sebrae-SP, é preciso computar gastos com transporte e embalagem.
A Lenz Produtos Alimentícios também fornece para grandes clientes. Sua passagem para o industrial aconteceu de uma só vez.
"Há 11 anos, fiz 400 bolos como brindes. No ano seguinte, decidi montar uma fábrica em Campos do Jordão (SP)", afirma Eliana Lenz, 42, dona. Dez anos depois, ela contabiliza mais de 90 clientes.
Apesar de ousada, sua decisão, segundo Marchi, foi acertada. "Se o ponto de equilíbrio for alcançado com um cliente, está ótimo. Ele pode abrir caminho para novos."

Colaborou a Redação
LEIA MAIS sobre empresas de doces e salgados na pág. 9-12

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