São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 1996 |
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Museu da Pampulha troca as roletas por obras de arte Prédio do MAP havia sido concebido para ser um cassino MARISTELA DO VALLE
No total, o projeto consumiu R$ 2 milhões gastos em obras civis, CD-ROM, catalogação do acervo, mobiliário e campanha. Os recursos vieram da Fundação Roberto Marinho e do banco Real. A reforma dos jardins, projetados por Burle Marx, causou polêmica, pois foram derrubadas três árvores de cerca de 18 m de altura. Segundo o museólogo Cláudio Barbosa, elas estavam mais altas que o prédio, e as raízes causavam problemas na parte hidráulica. "Muitas pessoas namoraram debaixo daquelas árvores e não queriam que elas fossem cortadas", relembra uma funcionária do museu que não quis se identificar. Ela também conta que Marx costumava visitar o jardim com moto-serra para podar as árvores de seu projeto paisagístico. Riqueza que vinha do jogo O arquiteto Oscar Niemeyer, autor do projeto do prédio, diz ter ficado satisfeito com o resultado. "Mas, quando era cassino, o edifício era mais rico, feito de aço inoxidável, e era bonito ver as pessoas se divertindo lá." Niemeyer desenhou o projeto do cassino em apenas uma noite, num quarto de hotel. "Juscelino tinha encomendado o projeto para o dia seguinte", relembra. O local funcionou como cassino até 1946, quando foi proibido o jogo no país. Depois, ficou desativado até virar museu em 1957. O teatro em que se realizavam os espetáculos vai abrigar palestras, peças de teatro e conferências. Também há seis roletas originais que devem ser expostas ao público no futuro. Realizada a reforma, o MAP tem projetos novos, como a realização de um CD-ROM sobre o acervo e reforma do prédio. "Ele deve ficar pronto a qualquer momento", conta Barbosa. O MAP também tem uma página na Internet. O endereço é http://www.ciclope.com.br/map. O acervo, com cerca de 1.300 obras, é voltado principalmente para arte moderna e contemporânea. Segundo Barbosa, a intenção é valorizar artistas mineiros. Mas o museu recebe obras novas constantemente. Está sendo formada uma comissão com cinco artistas e críticos de Belo Horizonte. Eles devem avaliar as obras oferecidas antes de incluí-las no acervo. No primeiro andar do prédio, as exposições são sempre temporárias. No segundo, reservado para o acervo, as obras serão trocadas de quatro em quatro meses. A primeira exposição temporária, finalizada em 20 de outubro, tinha obras do artista mineiro Alberto da Veiga Guignard. Como continuação dela, já está programada a "Alunos de Guignard", de 30 de outubro a 14 de novembro. Em seguida, será a vez de "Imagens da Modernidade", de 21 de novembro a 12 de dezembro. "Trata-se de uma exposição virtual, com imagens em telões e sons. Será uma retrospectiva da época de JK aos tempos modernos", conta Barbosa. Também está programada a mostra "Um século de História das Artes Plásticas em Belo Horizonte- módulo anos 40 e 50", de 17 de dezembro a 22 de fevereiro. Segundo Barbosa, será a primeira de uma série para comemorar o centenário da cidade. (MV) Museu de Arte da Pampulha - Av. Otacílio Negrão de Lima, 16.585, tel. (031) 277-7946. Horário: de terça a domingo, das 8h às 18h. Texto Anterior: Pampulha é o orgulho de Niemeyer Próximo Texto: Limpeza da lagoa custa R$ 100 milhões Índice |
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