São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996
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Arcada dentária e exame de DNA devem identificar 80% dos corpos

DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos corpos das vítimas do acidente com o Fokker-100 da TAM não será identificada visualmente. Estima-se que cerca de 80% dos corpos só serão reconhecidos pela arcada dentária, marcas ou objetos pessoais.
Segundo o secretário-adjunto da Segurança Pública, Luiz Antonio Alves Souza, muitos corpos foram carbonizados e mutilados.
Segundo Luiz Augusto Carvalho, da Defesa Civil, os corpos também poderão ser reconhecidos por impressões digitais e exame de DNA.
A previsão é que a maioria dos corpos não será liberada hoje aos familiares, justamente por falta de identificação segura.
As famílias que chegaram ontem ao IML para fazer o reconhecimento foram orientadas a deixar documentos, raios X e fichas odontológicas que possibilitassem a identificação.
Informações sobre a roupa usada, sinais característicos no corpo e possíveis jóias, como alianças que estivessem usando, também foram solicitadas.
O IML somente permitiu a entrada de uma pessoa por família, desde que estivesse com toda a documentação necessária para a identificação. O IML também providenciou um cadastro com as informações dos documentos levados pelos parentes das vítimas.
A identificação dos corpos só seria iniciada quando o cadastro estivesse completo.
Familiares
Durante todo o dia, muitos familiares de vítimas do acidente chegaram para tentar fazer a identificação, sem sucesso.
As poucas pessoas que tiveram acesso à área onde estavam os corpos descreveram a situação como "horrivelmente chocante".
"Só consegui olhar 20 corpos, foi o que o meu estômago aguentou. Não havia condição nenhuma de identificação", afirmou o administrador de fazendas Airton Fischer, 40, que teve o irmão Roberto Fischer, 36, morto no acidente.
Alívio
Algumas pessoas acabaram saindo aliviadas com as informações conseguidas no IML.
O operador de câmbio Paulo Sérgio Lopes, 27, foi até lá em busca de informações sobre o tio, que viajaria ontem ao Rio num vôo da TAM. "Vim correndo para cá, mas felizmente o vôo era outro. Me senti aliviado", disse.

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